O presidente da Câmara Municipal de Manaus, David Reis (Avante), desabafou com um grupo de vereadores sobre os ataques que vem recebendo, em função de querer usar verba pública para construir um “puxadinho” desnecessário e alugar 41 caminhonetes para as comissões. Ignorando totalmente a opinião pública, ele afirmou que só foi atacado pela imprensa porque teria acabado com a “mamata” dos jornalistas.
O presidente não desistiu de construir o anexo 2, nem de alugar as pick-ups. Também não está preocupado com a profusão de dispensas de licitação que promoveu. Ele se considera blindado nos órgãos de fiscalização, mas encontrou resistência a imprensa e nos vereadores Rodrigo Guedes (PSC) e Amon Mandel (UB), que comandaram a reação à farra de gastos.
A sucessão de fatos negativos tem desgastado a imagem da Câmara Manaus e incomodado vereadores, a maioria dos quais, entretanto, apoia a farra de gastos. Há entre eles quem culpe a diretora de comunicação, Auxiliadora Tupinambá, pela agenda negativa. “Nosso Departamento de Comunicação tem um monte de gente e não faz nada”, disse ao Barelândia um parlamentar, que pediu anonimato. “O Rodrigo e o Amon só um ou dois jornalistas fazem muito mais barulho”, acrescenta.
Há quem defenda que o presidente mude o relacionamento com a imprensa e tente uma aproximação, mas David Reis resiste. Um ex-assessor de imprensa dele ouvido pelo Barelândia afirma que o vereador é refratário à mídia. “Ele não gosta de jornalista. Chama todo mundo de urubu. Eu tentei mudar isso, mas não consegui. Entendo a dificuldade da atual assessoria”, diz o profissional.
