A polarização da eleição para presidente da República está causando uma enorme confusão no segundo turno da campanha para governador do Amazonas. Os dois candidatos estão traindo seus presidenciáveis para tentar captar votos tanto de Luís Inácio Lula da Silva (PT) quanto de Jair Bolsonaro (PL).
Tanto Eduardo Braga (MDB) quanto Wilson Lima (União Brasil) adotam exatamente a mesma estratégia: pedem voto com as cores de Bolsonaro na capital e de Lula no interior.
No primeiro turno o presidente venceu a eleição com mais de 53% dos votos em Manaus e por muito pouco não emplaca seu candidato ao Senado, o Coronel Menezes (PL), que também venceu por larga margem na capital, mas foi goleado no interior, aonde Lula teve mais de 60% dos votos.
Esse fenômeno que diferencia tanto a capital do interior explica-se pelas políticas dos dois governos. Enquanto em Manaus a esmagadora maioria da classe média compra a política de Bolsonaro no que se relaciona à pauta de costumes, no interior programas do PT como o Bolsa Família e o Luz para Todos cabalaram apoios convictos para o candidato do partido.
Por isso Wilson e Eduardo quebram a cabeça para tentar surfar neste mar revolto. E não têm constrangimento em permitir que aliados peçam votos para eles com os dois presidenciáveis.