Sigla para Tarefa de Pesquisa, Observação e Previsão de Cintilação, o satélite ‘Sport’ resultou da colaboração entre as Agências Espaciais do Brasil e dos EUA com servidores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Com isso, cientistas brasileiros estão entre os encarregados de estudar anomalias que bloqueiam os sinais de satélite. O projeto Sport vai entender, com maior precisão, como essas ocorrências afetam a infraestrutura de comunicação.
Em 2014, os parceiros da missão se encontraram no Inpe para discutir o desenvolvimento de um satélite tecnológico para monitorar o clima espacial. Enquanto o ITA ficou responsável por desenvolver o produto, foi atribuída à Nasa a construção de cinco instrumentos para analisar dados como velocidade de íons e fluxo de elétrons no espaço.
Os servidores do Inpe fizeram os testes do satélite. Com o início da missão, vão operar o Sport, receber os dados dos instrumentos embarcados e distribuí-los entre os pesquisadores da parceria.
O Inpe já coordena um sistema para esse tipo de análise, o Embrace (Estudos e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial). O Sport, porém, deve melhorar as previsões e aumentar a compreensão da natureza das irregularidades.
“O Embrace tem uma rede de receptores GNSS com mais de 500 receptores sobre a América Latina, que são utilizados nessa vigilância”, afirmou Joaquim Costa, chefe da divisão de astrofísica do Inpe e gerente do Sport Costa.
O minissatélite ainda tem uma inclinação de 58º graus, que facilita o monitoramento de outras zonas do continente, localizadas antes e depois da linha do Equador.
“Fizemos coisas que nunca foram feitas em um satélite pequeno”, disse. “A parceria correu bem porque o time era muito bom nos dois países. Todo mundo entrou no projeto com a vontade de obter sucesso”.
O Sport, que foi levado à Estação Espacial Internacional no dia 26 de novembro, ainda não voa na sua órbita no espaço. Guardado na estação, o satélite deve ser lançado no final deste mês, quando entra na fase de comissionamento, que testa a operação da tecnologia.
“Além de estudar os fenômenos na ionosfera, estamos melhorando a expertise brasileira na engenharia e desenvolvimento de sistemas espaciais, que é importante para outras missões no futuro”, disse.