Nessa terça-feira (20/12), as autoridades do Talibã anunciaram a proibição do acesso de mulheres às universidades do Afeganistão por tempo indeterminado, um golpe contra o direito das afegãs a educação e liberdade.
Uma carta, confirmada por porta-voz do ministério, orientou as universidades públicas e privadas afegãs a suspender o acesso a estudantes do sexo feminino imediatamente, de acordo com decisão do governo.
“Recomenda-se que implementem a ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso”, indica a carta assinada pelo ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem.
O anúncio do governo talibã, que não foi reconhecido internacionalmente, ocorreu no momento em que o Conselho de Segurança da ONU se reunia em Nova York para discutir a situação do país.
Governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos, disseram que é necessária uma mudança na política de educação das mulheres antes de considerar o reconhecimento formal do governo talibã, que também está sujeito a pesadas sanções.
“O Talibã não pode esperar ser um membro legítimo da comunidade internacional até que respeite os direitos de todos os afegãos, especialmente os direitos humanos e a liberdade fundamental de mulheres e meninas”, disse o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, ao conselho, descrevendo a medida como “absolutamente indefensável.”
Em março, o Taliban recebeu críticas de muitos governos estrangeiros e de alguns afegãos por retroceder e abandonar os sinais de que todas as escolas secundárias para meninas seriam abertas.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que a medida foi “claramente outra promessa quebrada do Talibã”.