MP-AM aciona a Justiça por bueiro que exala mau cheiro e gera riscos

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MANAUS – O MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas) apresentou ação civil pública na Justiça, nesta terça-feira (7), para obrigar a Prefeitura de Manaus a consertar um bueiro na Avenida Curaçao, bairro Nova Cidade, zona norte da capital, que teve o tubo de drenagem fechado por uma moradora e que acabou se transformando em um “esgoto”.

Residentes da área relataram ao MP que os resíduos retidos no bueiro exalam mau cheiro e, quando transbordam, escorrem pela via e causam acidentes de trânsito. “Esse bueiro continua a jogar águas não tratadas e com mau cheiro em via pública, causando transtorno aos moradores desta área bem como acidentes de trânsito com vítimas”, diz trecho de denúncia.

Água de bueiro com tubo de drenagem obstruído escorre pela via na Avenida Curação (Foto: Reprodução)

O bueiro, também conhecido como “boca de lobo”, está localizado na frente de uma casa. O tubo de drenagem interligado ao bueiro, que foi construído há muitos anos pela prefeitura para escoar a água da chuva, passa por debaixo do imóvel e desemboca em uma área de preservação permanente localizada atrás do terreno onde foi construída a casa.

Em inspeção realizada em junho de 2022, técnicos da Seminf (Secretaria de Infraestrutura de Manaus) identificaram que um dissipador de energia – estrutura que reduz a força da água – foi deteriorado com o passar do tempo. Com isso, houve deslizamentos de terra no fundo do terreno e, por isso, a moradora decidiu obstruir o tubo.

O promotor de Justiça Lauro Tavares da Silva, que assina a ação, afirma que desde 2021 o Ministério Público tenta diálogo com a Prefeitura de Manaus para resolver o problema, mas nenhum trabalho foi feito no local. Enquanto isso, segundo o MP, moradores da área sofrem com o mau cheiro e correm o risco de ficar doentes.

“O alagamento de vias públicas aumenta o risco de doenças infectocontagiosas, pois a água das chuvas carrega uma série de bactérias, vírus e parasitas, uma vez que entra em contato com urina de rato, fezes de animais, esgoto humano, dentre outros elementos tóxicos, que podem desencadear doenças como a leptospirose, a hepatite, febre tifoide, diarreia”, diz o promotor.

Ainda de acordo com o promotor, em razão dos resíduos que escorrem pela via, há o risco de novos acidentes. “Por isso, a devida drenagem das águas pluviais é essencial para evitar o contato com essas águas, prevenindo-se problemas de saúde. Além disso, há o perigo das enxurradas, que podem causar acidentes fatais”, afirma Lauro da Silva.

Em junho de 2022, ao ser consultada pelo MP, a Seminf prometeu consertar o bueiro no prazo de dois meses. No entanto, após o prazo fixado pela própria secretaria, ela informou que as obras não foram iniciadas porque os funcionários foram “proibidos” pela moradora de entrar na área para iniciar os serviços.

O Ministério Público acionou a PGM (Procuradoria-Geral do Município) sobre a situação, mas não recebeu nenhuma resposta. Por isso, decidiu recorrer à Justiça.

“Não houve um a solução eficaz do problema, permanecendo a caixa coletora ineficiente por está obstruída, transbordando e escoando água para aquela via pública causando transtornos aos moradores e colocando em risco a incolumidade física das pessoas que trafegam naquela localidade”, diz trecho da ação do MP.

Veja fotos de acidentes no local:

Acidente na Avenida Curação (Foto: Reprodução)
Acidente na Avenida Curação (Foto: Reprodução)

Fonte: Amazonas Atual

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