O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do EUA, Joe Biden, estão programados para assinar um pacto em defesa de melhores condições de trabalho em seus países. O encontro entre os líderes está marcado para esta quarta-feira (20), e a expectativa é que, ao final da reunião, eles firmem a “Coalizão Global pelo Trabalho”, um documento que promove sindicatos e a regulamentação dos serviços prestados por aplicativos.
O acordo terá como base as premissas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e buscará reforçar a definição de “trabalho decente”, além de promover a proteção social. Apesar disso, a iniciativa é vista como mais significativa do que o próprio conteúdo do acordo. Brasil e Estados Unidos posarão para fotos como aliados em busca do diálogo entre trabalhadores e multinacionais, que são fundamentais para o progresso das agendas econômicas locais.
O presidente Lula chegou aos Estados Unidos em meio a uma das maiores greves enfrentadas pelos trabalhadores americanos nas últimas décadas. Desde sexta-feira (15), parte dos metalúrgicos norte-americanos está em greve, pressionando as três maiores montadoras do mundo por aumentos salariais e outras garantias trabalhistas. A iniciativa sindical tem incluído críticas ao presidente Biden, alegando que sua política de transição energética, com foco em veículos elétricos, poderia impactar negativamente o emprego nas montadoras.
No cenário brasileiro, o governo, sindicatos e empresas de serviços por aplicativos ainda enfrentam desafios na regulamentação do setor. Lula destacou essa questão em seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na terça-feira (19). O governo espera que pontos de consenso sobre o assunto sejam incorporados a um Projeto de Lei (PL) que deverá ser finalizado em outubro, incluindo a definição de valores para a hora trabalhada de motoristas e entregadores.
A conversa entre os presidentes nesta quarta-feira deve ser breve e contará com a presença de representantes sindicais de ambos os países, além do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Lula enxerga esse diálogo como um incentivo para que a questão do trabalho ganhe mais destaque na agenda política.
Fonte: CNN Brasil