O empresário Marcos Soares Moreira, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação nas manifestações de 8 de janeiro, foi preso novamente neste sábado (23) no Espírito Santo. A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, devido ao descumprimento das medidas cautelares impostas quando ele foi libertado provisoriamente.
A decisão ressaltou que o empresário agiu com “total desprezo pela Justiça”. Marcos Moreira publicou um vídeo em uma rede social com novos ataques aos ministros do STF, chamando-os de “bandidos, criminosos, canalhas e corruptos”. Ele estava na lista de réus que poderiam fechar um acordo de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República (PGR), mas suas recentes ações podem comprometer esse acordo.
A prisão preventiva foi motivada pelo descumprimento das medidas cautelares impostas a Marcos Moreira quando ele foi liberado anteriormente. Embora estivesse proibido de utilizar redes sociais, ele publicou o vídeo com ataques aos ministros do STF.
“Não estou com medo. Para mim, é indiferente estar aqui ou lá dentro [da prisão]. Mas eu jamais vou me curvar a vocês, bandidos, que têm o poder da caneta na mão, porém são bandidos. Alexandre de Moraes, Rosa Weber, todos vocês aí são bandidos, vagabundos. Quer me prender, pode prender. Manda o PCC, que vocês apóiam”.Declarou o empresário.
O ministro Alexandre de Moraes destacou que a possibilidade de restabelecimento da ordem de prisão já havia sido expressamente mencionada na decisão que substituiu a custódia anterior por medidas cautelares.
O empresário, que estava na lista de réus com a possibilidade de fechar um acordo de não persecução penal com a PGR, agora enfrenta a possibilidade de comprometer esse acordo devido aos novos ataques proferidos nas redes sociais. O acordo envolve o cumprimento de cláusulas, como o pagamento de multa e a participação em um curso sobre a democracia, em troca do encerramento da ação criminal relacionada aos eventos de 8 de janeiro.