O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou um “conflito armado interno” no país devido aos recentes ataques de criminosos, sequestros e execuções. A crise de segurança é resultado do crescente poder de grupos ligados a grandes cartéis de drogas, especialmente do México, como o Cartel de Sinaloa e o Cartel de Jalisco Nueva Generación. Essas organizações encontraram no Equador um terreno propício para seus negócios, aproveitando a fragilidade econômica do país.
Nos últimos anos, o Equador, que antes era considerado um “oásis” de paz na região, viu um aumento significativo da violência relacionada ao tráfico de drogas. A crise econômica, agravada pela pandemia, resultou em desemprego e piora nas condições de vida, facilitando o recrutamento de jovens pelo crime organizado. Os cartéis fortaleceram suas células e passaram a dominar regiões inteiras do país, especialmente as que têm acesso ao mar.
O vácuo deixado pelo acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC em 2016 impulsionou o mercado de drogas para o Equador. Grupos locais, mexicanos e até a máfia albanesa passaram a brigar pelo controle desse espaço, intensificando a violência. Os portos equatorianos, usados para exportar ilegalmente drogas, tornaram-se pontos-chave para essas atividades criminosas.
Em 2023, o Equador registrou mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, números recordes para um país de 17 milhões de habitantes. Confrontos entre presidiários resultaram em mais de 460 mortes desde 2021. A violência nas ruas aumentou quase 800%, com 46 homicídios por 100 mil habitantes. A crise institucional e o aumento da violência das gangues de traficantes tornaram-se desafios cruciais para o país. O assassinato do jornalista investigativo Fernando Villavicencio durante a campanha eleitoral de 2023 destacou a situação preocupante, levando o presidente Noboa a votar usando colete à prova de balas.
Fonte: G1