Na prisão, aos 47 anos, faleceu Alexei Navalny, o principal opositor do presidente russo, Vladimir Putin. De acordo com informações da agência de notícias Reuters, divulgadas nesta sexta-feira (16/02), o serviço penitenciário do distrito de Yamalo-Nenets, na Sibéria, onde Navalny estava detido, comunicou o óbito do ativista.
Navalny começou a se sentir mal após uma caminhada e perdeu a consciência quase que imediatamente. Apesar da intervenção de uma equipe médica, não foi possível ressuscitá-lo. A causa do falecimento ainda está sob investigação.
A morte, porém, não foi confirmada pela porta-voz do ativista, Kira Yarmysh. Em seu perfil no X (antigo Twitter), ela disse que o advogado de Navalny está a caminho do presídio para averiguar a situação.
Navalny estava preso desde 2021. Foi condenado a 19 anos de prisão em 4 de agosto por “atos extremistas”, que incluem a criação de uma ONG, convocação e financiamento de atos e atividades contra o governo e “reabilitação da ideologia nazista”.
As acusações estão relacionadas às atividades da Fundação Anticorrupção, criada por Navalny em 2011. A organização foi classificada como “extremista” e banida pela Rússia em 2021. Ela funciona hoje como uma iniciativa internacional. A decisão foi proferida pelo Tribunal de Moscou em julgamento fechado.
Antes da decisão de agosto, Alexei Navalny já estava cumprindo uma sentença de mais de 11 anos por outras acusações. Em 2014, foi sentenciado a 3 anos e meio de prisão por supostamente roubar US$ 500 mil de duas empresas russas, mas conseguiu cumprir a pena em liberdade condicional.
Em janeiro de 2022, recebeu uma condenação de 2 anos e meio de prisão por violações da liberdade condicional. Essa decisão veio após o retorno de Navalny da Alemanha, onde se recuperava de uma tentativa de assassinato por envenenamento, supostamente perpetrada pelo FSB (serviço secreto russo). Dois meses depois, foi sentenciado a 9 anos de prisão por fraude e desacato.
Em dezembro de 2023, ele desapareceu por vários dias até ser encontrado em 25 de dezembro na prisão siberiana em que agora teria sido achado morto. O local fica a cerca de 3.600 km de Moscou.