As forças israelenses têm usado inteligência artificial para ajudar a identificar alvos de bombardeio em Gaza, de acordo com uma investigação da +972 Magazine e Local Call, citando seis funcionários da inteligência israelense envolvidos no suposto programa – que também alegam que a revisão humana dos alvos sugeridos é superficial.
As autoridades, citadas em uma extensa investigação da publicação online realizada em conjunto por palestinos e israelenses, disseram que a ferramenta baseada em IA é chamada de “Lavender” e conhecida por ter uma taxa de erro de 10%.
Quando perguntado sobre o relatório da Revista +972, as Forças de Defesa de Israel (IDF) não contestaram a existência da ferramenta, mas negaram que a inteligência artificial estivesse sendo usada para identificar suspeitos de terrorismo.
Em uma longa declaração, os israelenses enfatizaram que “os sistemas de informação são meramente ferramentas para analistas no processo de identificação de alvos”, e que Israel tenta “reduzir os danos aos civis na medida do possível nas circunstâncias operacionais no momento do ataque.”
A IDF disse que “os analistas devem realizar exames independentes, nos quais verificam que os alvos identificados atendem a definições relevantes de acordo com o direito internacional e restrições adicionais estipuladas nas diretivas da IDF.”
A investigação acontece em meio à intensificação da pressão internacional sobre Israel, depois que ataques aéreos mataram vários trabalhadores humanitários estrangeiros entregando alimentos no enclave palestino.
O cerco israelense a Faixa de Gaza matou mais de 32.916 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e levou a uma crise humanitária em que quase três quartos da população no norte de Gaza sofrem em níveis catastróficos de fome, de acordo com um relatório apoiado pelas Nações Unidas.