Israel bombardeou nesta sexta-feira diversos pontos da Faixa de Gaza, em particular na cidade de Rafah, onde as operações militares contra o Hamas provocaram a fuga de mais de 100.000 pessoas.
Uma série de negociações indiretas terminou sem acordo no Cairo na quinta-feira, com mediadores pedindo um cessar-fogo entre Israel e o movimento islâmico palestino após sete meses de guerra.
O presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçou cortar o fornecimento de algumas armas a Israel se este lançar um grande ataque contra Rafah.
“Se precisarmos ficar sozinhos, ficaremos. Como já havia afirmado, se for necessário, vamos combater com unhas e dentes”, respondeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que uma ofensiva terrestre israelense em Rafah provocaria uma “catástrofe humanitária épica”.
“Estamos trabalhando ativamente com todas as partes envolvidas para retomar a entrada de suprimentos vitais – incluindo combustível – através das passagens de fronteira de Rafah e Kerem Shalom”, disse Guterres.
A ONU afirmou que mais de 100.000 pessoas fugiram desta cidade Rafah, no extremo sul de Gaza, para procurar refúgio em outras áreas do território desde segunda-feira, quando Israel ordenou a evacuação da zona leste da localidade.
“Quase 30.000 pessoas fogem da cidade a cada dia”, afirmou o diretor do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) para Gaza, Georgios Petropoulos.
Petropoulos explicou que “a maioria destas pessoas teve que se deslocar cinco ou seis vezes” desde o início, em outubro, do conflito entre Israel e Hamas, que governa Gaza desde 2007.
Algumas pessoas caminham até Khan Yunis, uma cidade em ruínas que fica alguns quilômetros ao norte, enquanto outras não sabem para onde seguir.
“Os tanques, a artilharia e o barulho dos bombardeios são incessantes. As pessoas estão com medo e querem procurar um lugar seguro”, declarou à AFP Abdel Rahman, um deslocado.
Testemunhas também relataram bombardeios e combates na Cidade de Gaza, no norte do território palestino.