A última sexta-feira (31) viu a estreia da série Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447 no Globoplay, causando a primeira polêmica nas redes sociais. A série fala sobre a queda do avião da Air France em 2009, que matou 228 pessoas. O título tem quatro episódios.
A produção foi influenciada pelo jornalismo da Globo e optou por usar IA em vez de estúdios de dublagem e dubladores profissionais. No início de cada episódio, a plataforma de streaming tentou esclarecer isso.
“A versão em português das entrevistas concedidas em língua estrangeira para este documentário foi feita a partir da voz dos próprios entrevistados, com o uso de inteligência artificial, respeitando-se todos os direitos e leis aplicáveis. O conteúdo das dublagens é fiel às entrevistas originais. Os entrevistados que não aceitaram a dublagem foram legendados”, explicou o Globoplay.
O recurso, que tende a se tornar mais comum daqui para frente, provocou um grande debate no X/Twitter, com os internautas saindo em defesa de uma classe tão pouco valorizada e que historicamente recebe baixa remuneração: os dubladores.
“É, realmente os dubladores já estão perdendo os trabalhos deles pras IAs (voz toda robótica), que merda, hein”, lamentou uma pessoa. “Acabou a carreira de todos. Atores, diretores, dubladores… Netflix já tem um programa onde você dá a ideia de um show e eles criam esse show pra você. E se a ideia for boa o suficiente, a Netflix compra os direitos do show pra transmitir na plataforma. O fim dos nossos sonhos!”, desabafou um rapaz. “Não adianta, nada substitui a fluidez de um dublador, inclusive tem vozes que ficam melhores nas pessoas que a própria original. É um pavor isso acontecer com a dublagem brasileira, sendo uma das melhores do mundo”, observou mais um. “Acho mico demais! Os dubladores precisam do seu lugar garantido”, defendeu uma moça.