A deputada federal Érika Hilton (Psol-SP) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o deputado Nikolas Ferreira (PL) seja condenado a pagar R$ 5 milhões em danos morais por suas declarações consideradas transfóbicas feitas na semana passada durante uma sessão da Câmara dos Deputados. Além disso, o Hilton solicitou uma investigação contra o parlamentar.
Em 5 de junho, durante uma audiência da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, que visava ouvir a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o incidente ocorreu. Ao longo da sessão, houve um intenso debate entre Érika Hilton e a deputada Júlia Zanatta (PL-SC), onde Hilton chamou Zanatta de “ridícula”, “feia” e “ultrapassada”. Nikolas Ferreira proferiu a frase “Pelo menos ela é ela”, que foi gravada e compartilhada em vídeo em defesa de Zanatta.
A acusação de transfobia contra Ferreira não é a primeira. Ao debochar das mulheres trans no Dia Internacional da Mulher no ano passado, ele foi representado no Conselho de Ética.
Hilton afirmou em um documento enviado ao Ministério Público Federal (MPF) nesta quarta-feira que as declarações de Ferreira não apenas a atacam diretamente, mas também têm um impacto significativo nos partidários do deputado.
“Sua declaração transfóbica não apenas perpetua o preconceito e a discriminação, mas também encoraja comportamentos hostis e agressivos por parte do público”, argumentou a deputada.
Hilton destaca ainda que, após a postagem de Nikolas, houve um aumento significativo de comentários de ódio contra ela nas redes sociais. Ela solicita que a indenização seja revertida a organizações que defendem os direitos LGBTQIA+.
Em suas redes sociais, a deputada afirmou que pretende levar tanto os comentários de pessoas anônimas quanto os dos parlamentares à justiça.
“Você, bolsonarista ou até mesmo de “esquerda”, que se importa mais em me atacar do que com os direitos das mulheres, e caiu no conto do liberou geral pra cometer crimes de transfobia e racismo nesses últimos dias, enfrentará também a Justiça. A única resposta que vocês terão de mim será nos autos de um processo. E a única coisa de vocês que me interessa é a indenização que pagarão, não à mim, mas aos órgãos e fundos de proteção à minha população”, escreveu Erika.