No bairro São Raimundo, na zona oeste de Manaus, quatro indivíduos foram presos por suspeita de assassinato do instrutor de jiu-jitsu James Nascimentos Mota, de 49 anos. A prisão ocorreu nessa terça-feira (18) durante a Operação Iscariotes. James estava indo para o trabalho quando os criminosos armados em uma moto o abordaram. Em frente à academia onde ele lecionava, localizada na Rua 5 de Setembro, o crime ocorreu por volta das 6h da manhã.
De acordo com a delegada Marília Campello, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), a vítima não tinha passado pela polícia e sua morte foi motivada pela ganância de Fabrício dos Santos Gonçalves, amigo e sócio de James. A polícia descobriu durante as investigações que a morte do instrutor foi encomendada por uma facção criminosa que operava no comércio de ouro da região; no entanto, essa hipótese foi descartada pela polícia.
“Eles eram sócios, então não é bem relacionada a ouro. O James tinha cerca de R$ 300 mil reais nas mãos do Fabrício que mexia com ouro e eles estavam nesse negócio. O Fabrício se comprometeu a pagar um valor diário exorbitante a título de lucro para James e que ele não tinha como manter”, disse a delegada.
A família de James disse que o carro da vítima, que estava com Fabrício, estava sendo usado antes mesmo da prisão do suspeito. Carlos Inácio foi o intermediário entre Fabrício, o mandante, e Kauã Iago, o executor. Ele também conhecia o instrutor e era aluno da vítima.
Apenas oito dias antes do crime, Antônio Ricardo, que também está preso, pegou a moto em uma oficina no bairro Colônia Antônio Aleixo, na zona Leste de Manaus, e a deixou para uma outra pessoa. Em seguida, a moto foi entregue ao executor, que seria Kauã Neves.
“Fabrício que se dizia amigo de James, levou o executor no próprio carro (carro da vítima) na academia um dia antes para mostrar onde era a academia, onde James costumava para o carro, o horário que ele chegava, foto do James para que o executor não pudesse ter dúvidas de executar a vítima”, afirmou a delegada.
Durante seu depoimento, Kauã Neves afirmou ter recebido R$ 5 mil reais. Ele recebeu 1 mil reais em Pix do próprio Carlos Inácio, aluno de James, e o restante foi dado em dinheiro. Kauã atirou em um outro aluno porque não conhecia a vítima.
Quando Fabrício chegou ao velório do instrutor, ele consolou a esposa de James. Na rua da casa do casal, a família da vítima também viu Antonio Ricardo.
O quarteto será julgado por homicídio. Eles permanecerão à disposição da Justiça e serão submetidos a uma audiência de custódia.