Cabo da PM é condenado a 10 anos de prisão pela morte de mulher trans

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Reprodução

Após a morte da transexual Manuella Otto, 25, Jeremias Costa Silva, 35 anos, foi sentenciado a dez anos de prisão e a perda do cargo público por assassiná-la. O julgamento ocorreu no Fórum Henoch Reis, localizado na zona centro-sul da capital, nesta quarta-feira (3), na 2a Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus.

Jeremias foi condenado a dez anos de prisão em regime fechado pelo crime de homicídio simples privilegiado. O caso ocorreu em um local remoto em um motel, o que facilitou a execução do crime e impediu a vítima, uma mulher transexual, de solicitar socorro.

“Após o homicídio, o condenado na tentativa de obter a impunidade, cobriu sua cabeça e rosto com uma camisa, com a nítida intenção de fugir da autoria”, diz um trecho do processo.

Jeremias foi condenado sob o regime inicial fechado e, segundo o processo, ele perdeu o cargo público devido à natureza extremamente grave do crime que cometeu.

No dia 14 de fevereiro de 2021, Jeremias Costa Silva, um cabo da Polícia Militar, juntamente com sua advogada, se apresentou na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Em um motel no bairro Monte das Oliveiras, na zona norte de Manaus, ele é acusado de matar a mulher trans Manuella Otto a tiros na madrugada do dia 13 de fevereiro de 2021. Ele preferiu permanecer calado e falar apenas em juízo. O PM não foi detido na delegacia porque não estava em flagrante delito e não havia mandado de prisão em nome dele.

O delegado Charles Araújo, da DEHS, informou que na investigação conseguiu constatar que o carro que aparece nas imagens do circuito interno do motel, pertence ao policial militar.

“Ele veio aqui na delegacia, não respondeu aos questionamentos da autoridade policial, é um direito que lhe cabe. E agora compete a gente a continuar a investigação. Tem várias imagens do crime, alguma já foram até divulgadas na imprensa que mostram um homem saindo do local, com uma camisa cobrindo a cabeça, justamente para dificultar a identificação. Em seguida aparece arrombando a porta do estabelecimento utilizando o carro. Compete a nós levantar as provas necessárias para identificar quem é o homem. O principal suspeito é um polícia militar, mas ainda não podemos fechar a investigação. Trabalhando com outras hipóteses”, disse o delegado.

O crime ocorreu na madrugada do dia 13 de fevereiro de 2021. O momento em que um carro, modelo Chevrolet Prisma, entra no motel é capturado pelas câmeras de segurança do motel. Após alguns minutos, os tiros são ouvidos e o homem tenta sair do motel pela portaria. O carro foi em direção à saída e derrubou o portão porque a saída não foi autorizada.

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