Votação para eleger o candidato do partido para disputar a presidência da República foi interrompida no domingo por falha no sistema
Após falhas registradas na votação das prévias presidenciais no último domingo (21), o PSDB anunciou a contratação de uma empresa privada que terá o aplicativo testado pelas campanhas dos governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) para eventualmente substituir a ferramenta da fundação responsável pelo app original.
As campanhas de Doria, Leite e do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (AM) deram aval para testarem o novo aplicativo D.Vota, da RelataSoft, empresa de tecnologia eleitoral que faz parte do projeto Eleições do Futuro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O anúncio foi feito nesta terça-feira (23) na sede do partido em Brasília.
RelataSoft afirmou ter condições técnicas de iniciar prévias já na quarta pela manhã, mas indicou que a decisão depende do PSDB. A ferramenta da Faurgs (Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul), contratada para desenvolver o app original que travou no domingo, ainda não foi totalmente descartada.
Caso a empresa tenha condições tecnológicas para dar continuidade à votação, a RelataSoft poderia fazer a validação do processo, segundo o presidente da empresa, Leonardo Cunha.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, havia dado até meio-dia desta terça para que a Faurgs se posicionasse sobre a possibilidade de sanar as falhas e concluir o processo de votação. A reunião com a Faurgs, virtual, atrasou e começou depois desse prazo.
A ideia era que a empresa dissesse se havia conseguido identificar o que provocou a falha no domingo e anunciasse a viabilidade de dar prosseguimento ao processo.
Paralelamente, Araújo havia anunciado, na segunda (22), que estava conversando com duas empresas privadas que poderiam oferecer aplicativos substitutos ao da Faurgs.
Portanto, a RelataSoft, que esteve na sede do partido nesta terça para apresentar sua ferramenta e submetê-la a testes técnicos, vai ter a ferramenta testada por representante das três campanhas.
Ao final, da reunião técnica, o presidente da empresa, com aval do PSDB, disse que havia sido fechado um contrato em fases com o partido. Em até oito horas, a RelataSoft afirmou que as três chapas poderão iniciar os testes, que serão feitos em uma janela de seis horas.
Depois dessas seis horas, a RelataSoft teria mais quatro horas para responder a eventuais problemas apresentados. Depois, haveria duas horas para negociação final entre os técnicos das campanhas.
Se o D.Vota, da RelataSoft, passar nos testes realizados pelas três campanhas, a empresa poderá iniciar o plano de votação, que abrange os cerca de 40 mil filiados que não conseguiram votar pelo app da Faurgs no último domingo.
No início do processo das prévias, o PSDB decidiu por desenvolver do zero um aplicativo de votação próprio porque tinha a intenção de doá-lo aos demais partidos, incentivando prévias em outras legendas.
A ideia era alavancar o PSDB como o partido com expertise em votações internas, uma referência nacional numa iniciativa inovadora —imagem que já naufragou.
Agora, com o app da Faurgs em xeque, a solução de utilizar um app pronto impede a doação posterior. De acordo com membros do PSDB, como a ideia é apenas “alugar” o app da RelataSoft, o custo será de até R$ 400 mil.
O contrato com a Faurgs, para criar o app, foi de cerca de R$ 1,3 milhão, sendo que aproximadamente metade do valor já foi paga. O partido não descarta renegociar o restante, alegando que a ferramenta não cumpriu seu propósito.
Com informações do jornal Folha de S.Paulo