O governo da Venezuela mantém mais de 120 estrangeiros presos, acusados de envolvimento em “atos terroristas” após as eleições presidenciais de julho de 2024. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello.
Entre os detidos, segundo o ministro chavista, estão cidadãos de diversos países, como Estados Unidos, Colômbia, Espanha, Itália, Uruguai, Ucrânia, Suíça, República Checa, Líbano, Holanda, Albânia, Israel, Alemanha, Argentina, Iémen e Guiana. Cabello alegou, sem apresentar provas, que os estrangeiros estariam sendo financiados pelo tráfico de drogas da Colômbia, supostamente sob a liderança dos ex-presidentes Álvaro Uribe e Iván Duque.
“Depois das eleições vieram queixas e detenções de cidadãos de várias nacionalidades. São mais de 120 cidadãos que estão detidos neste momento, de diferentes nacionalidades, pela execução de atos terroristas na Venezuela, atos de desestabilização ”, declarou o ministro de Maduro durante coletiva de imprensa.
O governo de Nicolás Maduro já havia anunciado, anteriormente, a prisão de 19 estrangeiros, acusados de mercenarismo, e a apreensão de cerca de 500 armas desde setembro de 2024.
A revelação ocorre pouco antes da posse presidencial e do embate político entre Nicolás Maduro e Edmundo González. Maduro foi proclamado presidente reeleito, mas sua vitória é amplamente contestada internacionalmente devido à falta de transparência nas eleições. González, por sua vez, afirma possuir provas de sua vitória e promete retornar ao país para assumir a presidência na próxima sexta-feira (10/1).
O clima político da Venezuela segue instável, agravado pela crise desde a morte de Hugo Chávez. Paralelamente, Erik Prince, fundador da Blackwater, tem feito ameaças contra o governo de Maduro. Prince lidera uma iniciativa chamada “Ya Casi Venezuela”, que se propõe a mudar a situação do país com o apoio da população local. Porém, até o momento, o projeto tem se limitado a arrecadar fundos por meio de uma vaquinha virtual.