Um homem morreu na noite de quinta-feira (6/2) durante uma troca de tiros relacionada ao tráfico de drogas no bairro de Peterbos, em Anderlecht, próximo a Bruxelas, na Bélgica. O caso marca o terceiro tiroteio na capital belga em apenas três dias, segundo o prefeito Fabrice Cumps. A cidade abriga diversos pontos de venda de entorpecentes identificados pelas autoridades.
Em entrevista à emissora RTBF, Cumps alertou para uma “guerra de gangues pelo controle do território” e solicitou reforço policial.
De acordo com as primeiras investigações divulgadas pela imprensa, o tiroteio em Peterbos seria um acerto de contas em resposta a confrontos armados ocorridos nos dois dias anteriores perto da estação de metrô Clemenceau.
Na quarta-feira (5/2), imagens das câmeras de segurança mostraram dois homens armados com fuzis disparando em meio a passageiros do metrô antes de fugirem pelo subsolo da estação. Os suspeitos ainda não foram capturados. Um dos disparos atingiu a parede de um quarto infantil em uma rua próxima, gerando indignação pública.
“O que mais precisa acontecer para que haja uma resposta proporcional à gravidade da situação?”, questionou o promotor de Bruxelas, Julien Moinil, à RTBF.
Na quinta-feira (6/2), outra pessoa foi baleada na perna durante um dos confrontos, mas nenhum suspeito foi detido até o momento, segundo o Ministério Público.
A violência tem aumentado nos bairros residenciais de Bruxelas, que antes estavam relativamente protegidos desse tipo de crime. O Ministério da Justiça já havia alertado sobre a infiltração de clãs criminosos de Marselha na Bélgica.
Os tiroteios ocorrem poucos dias após a posse do novo governo liderado pelo premiê Bart De Wever, na segunda-feira (3/2). O ministro do Interior, Bernard Quintin, prometeu uma política de “tolerância zero” contra o crime e reforço da segurança em áreas estratégicas, como estações de metrô.
No entanto, a falta de recursos pode dificultar as operações. “Não há reforços disponíveis, todos os policiais já estão ocupados”, revelou uma fonte ligada ao caso.
O governo pretende fundir as zonas policiais de Bruxelas para otimizar a atuação das forças de segurança, mas o projeto enfrenta resistência dos prefeitos locais, que defendem um comando unificado apenas em situações emergenciais.
Segundo a Polícia Federal belga, em 2024 já foram registrados 92 tiroteios ligados ao tráfico de drogas em Bruxelas, resultando em nove mortes e 48 feridos. A violência também tem se intensificado em Antuérpia, cujo porto é um dos principais pontos de entrada de cocaína na Europa.