Um grande avanço na tecnologia de propulsão térmica nuclear (NTP) foi recentemente alcançado por meio de uma colaboração entre a General Atomics Electromagnetic Systems (GA-EMS) e a NASA. No mês passado, a empresa realizou testes bem-sucedidos de um novo combustível para reatores NTP no Centro de Voos Espaciais Marshall da NASA.
A NTP utiliza a energia gerada por reações nucleares para aquecer um combustível, geralmente hidrogênio, que é expelido por um motor de foguete. Diferente dos motores químicos tradicionais, que queimam combustível para gerar empuxo, a propulsão térmica nuclear oferece uma maior eficiência, permitindo que as naves atinjam velocidades muito maiores.
Essa tecnologia é fundamental para missões espaciais de longa duração, como a exploração de Marte, já que diminui significativamente o tempo de viagem, o que reduz os riscos para os astronautas.
De acordo com a GA-EMS, o objetivo dos testes foi avaliar a resistência do combustível em condições extremas, uma etapa essencial para viabilizar missões tripuladas à Lua e, futuramente, a Marte. A propulsão térmica nuclear é considerada crucial para tornar essas viagens mais rápidas e eficientes.
Durante os testes, o combustível foi exposto a ciclos térmicos severos, sendo aquecido a temperaturas extremas, como 2.600 graus Kelvin (cerca de 2.320 graus Celsius). Esses testes simularam os desafios enfrentados pelos materiais no espaço, como o calor intenso do hidrogênio e as tensões associadas a longas viagens espaciais.
Scott Forney, presidente da General Atomics, afirmou que os resultados indicaram que o combustível é capaz de suportar essas condições extremas, aproximando a tecnologia de propulsão térmica nuclear da realidade para missões espaciais profundas.
Além disso, foram realizados testes com materiais de proteção para verificar como o desempenho do combustível poderia ser aprimorado em condições similares às de um reator nuclear.
A GA-EMS foi a primeira empresa a utilizar a instalação de teste ambiental de elementos de combustível compacto (CFEET) da NASA para avaliar a resistência do combustível a temperaturas tão altas.
Os testes mostraram que o combustível pode operar com uma eficiência de duas a três vezes superior à dos sistemas de propulsão química atuais, o que é essencial para missões mais rápidas e seguras. Reduzir o tempo de viagem não só diminui a exposição dos astronautas à radiação cósmica, mas também torna as missões mais sustentáveis, com menos necessidade de suprimentos.
Em parceria com a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA), a NASA planeja realizar uma demonstração de um motor de foguete térmico nuclear em 2027, com a intenção de utilizar essa tecnologia em futuras missões tripuladas a Marte.