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‘Tarifaço’ dos EUA entra em vigor e acirra tensão no comércio internacional

Entraram em vigor neste sábado (5/4) as novas tarifas globais de 10% sobre produtos importados anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, que afeta bens provenientes de 184 países e territórios — incluindo todos os membros da União Europeia — representa uma nova escalada nas tensões comerciais internacionais.

O anúncio das tarifas foi feito na última quarta-feira (2/4), em um pronunciamento que Trump classificou como o “Dia da Libertação”. Na ocasião, além da alíquota padrão de 10%, ele determinou aumentos adicionais para alguns parceiros comerciais: até 20% para a UE e até 54% para a China. Esses percentuais mais elevados entrarão em vigor na próxima quarta-feira (9/4).

Para o Brasil, a tarifa foi mantida em 10%, mas produtos chineses e europeus destinados ao mercado americano sofrerão aumentos significativos. Já estão isentos da nova alíquota produtos como petróleo, gás, metais preciosos, madeira, semicondutores, fármacos e minerais ausentes no solo americano. Importações de aço, alumínio e automóveis também não foram afetadas, pois já são tributadas com sobretaxas de 25%.

Exceções e impacto imediato

Segundo ordem executiva assinada por Trump, mercadorias que já estavam em trânsito antes da meia-noite deste sábado não serão afetadas pela nova tarifa, desde que cheguem aos EUA até 27 de maio. A medida evita a aplicação retroativa da cobrança.

Canadá e México, parceiros no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), seguem regras específicas: produtos fora do tratado são taxados em 25%, com exceção dos hidrocarbonetos canadenses, que pagam 10%.

Entre os países mais afetados a partir da próxima semana estão China (+54%), UE (+20%), Vietnã (+46%), Japão (+24%), Venezuela (+15%), Nicarágua (+18%) e as Ilhas Malvinas (+41%), estas últimas envolvidas em disputa de soberania entre Reino Unido e Argentina.

Apesar da abrangência das novas tarifas, algumas exceções chamaram atenção: territórios como as ilhas francesas de Saint-Pierre e Miquelon e as ilhas Heard e McDonald (da Austrália), habitadas apenas por colônias de pinguins, foram retirados da lista, gerando repercussão e memes nas redes sociais.

China reage e guerra comercial se intensifica

A China respondeu à medida com a imposição de tarifas adicionais de 34% sobre produtos americanos, válidas a partir de 10 de abril. Pequim também anunciou restrições à exportação de terras raras, como gadolínio e ítrio, essenciais para a indústria tecnológica e médica.

Em sua rede social Truth, Trump reagiu à retaliação: “A China cometeu um erro, entrou em pânico. A única coisa que eles não podem se dar ao luxo de fazer”, escreveu em letras maiúsculas.

O governo americano alertou outros países contra possíveis retaliações, sob pena de novas sobretaxas sobre suas exportações.

Riscos econômicos e críticas internas

Especialistas alertam para os riscos da política tarifária adotada por Trump. O JPMorgan Chase elevou de 40% para 60% as chances de uma recessão global, enquanto o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que as tarifas podem causar inflação persistente e desaceleração econômica nos EUA.

Um estudo da Universidade de Yale aponta que as famílias americanas mais pobres podem sofrer uma perda de até 5,5% de seu poder de compra, com alta nos preços de itens essenciais como alimentos, roupas, automóveis e moradia.

Justificativa e histórico

Trump utilizou poderes presidenciais para declarar uma “emergência nacional”, alegando que a balança comercial atual compromete a segurança do país. Ele defende que as tarifas irão estimular a reindustrialização dos EUA, trazendo de volta empregos transferidos para o exterior.

Apesar das promessas, o próprio presidente admitiu que o país poderá enfrentar um período de “transição dolorosa”, especialmente para as famílias de baixa renda.

As novas tarifas representam o maior aumento generalizado desde 1930, quando o então presidente Herbert Hoover sancionou a Lei Smoot-Hawley — medida apontada como agravante da Grande Depressão.

COLUNISTAS

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