O grupo de hackers conhecido como Cozy Bear, ligado à inteligência da Rússia, foi apontado como responsável por uma ofensiva cibernética direcionada a representações diplomáticas na Europa. A denúncia foi feita pela empresa de cibersegurança Check Point nesta terça-feira (15).
De acordo com a investigação, os ataques começaram em janeiro e utilizam e-mails fraudulentos, que se apresentam como convites para jantares e eventos de degustação de vinhos. As mensagens, supostamente enviadas por um Ministério das Relações Exteriores de um país influente da União Europeia, continham malwares desenvolvidos para acessar e infiltrar redes de embaixadas e canais diplomáticos.
O chefe de inteligência de ameaças da Check Point, Sergey Shykevich, afirmou que a campanha não se restringiu a membros da UE. Representações diplomáticas localizadas no continente europeu, mesmo de países de fora do bloco, além de delegações atuando no Oriente Médio, também foram alvo dos ataques.
Questionado sobre qual país teve sua diplomacia falsamente representada nos e-mails, Shykevich preferiu não revelar a identidade, limitando-se a dizer que se trata de “um dos maiores da União Europeia”.
O analista comentou ainda sobre a escolha dos temas utilizados para atrair as vítimas: “Alguém do lado do invasor teve uma boa ideia”.
Até o momento, não há confirmação se alguma das redes diplomáticas foi efetivamente comprometida.
O caso surge em um contexto de aumento nos ataques cibernéticos atribuídos a grupos ligados a governos. Ainda nesta semana, a exchange de criptomoedas Bybit, com sede em Singapura, confirmou uma violação em uma de suas carteiras Ethereum. A investigação do especialista em blockchain ZachXBT apontou o Lazarus Group — associado ao regime norte-coreano — como responsável pela invasão. O grupo é conhecido por sua atuação em algumas das maiores ofensivas digitais já registradas.
