O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a exibição de vídeos durante o julgamento para reforçar as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado “núcleo 2” dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Moraes destacou que as imagens deveriam ser mostradas novamente para desmentir a tentativa de alguns de minimizar os acontecimentos, afirmando que os atos em Brasília foram apenas um “passeio no parque”. O ministro sublinhou que as imagens demonstram claramente a violência dos eventos daquele dia.
Os réus do processo incluem figuras como Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo Bolsonaro, Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do DF, e outros membros do governo e das forças armadas. Todos são acusados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano ao patrimônio público.
As filmagens exibidas mostram os manifestantes invadindo os prédios dos Três Poderes em Brasília e pedindo um golpe de Estado. Parte do material apresentado inclui vídeos de Ana Priscila Silva Azevedo, que ficou conhecida por filmar uma viatura da Polícia Legislativa caída no espelho d’água em frente ao Congresso, além de incitar o golpe.
Moraes destacou que as imagens divulgadas desmentem as alegações de que os atos foram uma manifestação pacífica, como algumas versões indicaram, afirmando que não há registros de “senhoras com bíblia na mão”, como foi sugerido. Para o ministro, as imagens comprovam a violência dos atos e a manipulação de narrativas por grupos digitais.