Enchentes na Nigéria deixam mais de 200 mortos

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As fortes chuvas que atingiram o estado do Níger, na Nigéria, na última semana provocaram enchentes de grandes proporções e já deixaram mais de 200 mortos. O número de vítimas pode aumentar, segundo autoridades locais, uma vez que centenas de pessoas seguem desaparecidas.

A cidade de Mokwa, localizada a cerca de 300 quilômetros da capital Abuja, foi uma das mais atingidas. Na última quinta-feira (29/5), o transbordamento do rio Níger destruiu mais de 250 casas, deixando bairros inteiros em ruínas.

“Temos mais de 200 corpos. Ainda não é possível saber o número exato de mortos, pois seguimos nas buscas”, informou Ahmad Suleiman, coordenador estadual de assuntos humanitários, à emissora Channel Television.

Na atualização mais recente divulgada nesta terça-feira (3/6), as autoridades elevaram o número de mortos, que era de 150. Voluntários e equipes de resgate continuam trabalhando em meio a temperaturas elevadas, e alguns corpos foram encontrados a mais de 10 quilômetros do local onde foram arrastados pela correnteza.

Há o temor de que esta tragédia supere, em número de vítimas, todas as mortes causadas por enchentes no país ao longo de 2024. Segundo dados oficiais, 321 pessoas morreram em decorrência de inundações desde o início do ano.

As enchentes são frequentes na Nigéria, especialmente devido à combinação de infraestrutura precária, ocupação de áreas de risco e descarte irregular de lixo. Especialistas alertam que as mudanças climáticas estão intensificando a ocorrência de eventos extremos, mas destacam que falhas humanas também contribuem. Em Mokwa, por exemplo, a falta de manutenção em sistemas de drenagem e a obstrução por detritos agravaram os efeitos da chuva.

Dias antes da tragédia, a Agência Meteorológica da Nigéria havia emitido alertas sobre o risco de enchentes entre os dias 28 e 30 de maio em 15 dos 36 estados do país, incluindo o Níger. Mesmo com o aviso, moradores relatam que nenhuma medida preventiva foi tomada.

Uma equipe de jornalistas que esteve em Mokwa nesta semana relatou um forte cheiro de decomposição no ar, atribuído a corpos ainda presos sob os escombros.

O governo local afirma que está distribuindo ajuda humanitária à população afetada, mas moradores denunciam a ausência de apoio e criticam a resposta das autoridades à tragédia.

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