As Forças de Defesa de Israel (IDF) interceptaram o barco Madleen, da Coalizão Flotilha da Liberdade, que seguia rumo à Faixa de Gaza com 12 ativistas a bordo. Entre os passageiros estavam a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila.
A embarcação partiu em 1º de junho de Catânia, no sul da Itália, com a missão de entregar itens de primeira necessidade e chamar atenção para a crise humanitária em Gaza. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a totalidade da população do enclave vive sob ameaça de fome.
O Ministério da Defesa de Israel informou que o barco será levado a território israelense, onde os ocupantes deverão ser repatriados. A organização responsável pela missão classificou a ação como um “sequestro” por parte do Exército israelense.
Em vídeo publicado nas redes sociais da coalizão, Thiago Ávila afirma que a gravação foi feita antecipadamente, caso houvesse detenção. “Se você está vendo este vídeo, é porque fui detido ou sequestrado por Israel ou alguma força cúmplice no Mediterrâneo. Peço que pressionem nossos governos para garantir nossa libertação e cortar relações com Israel, que mantém o cerco e promove um genocídio contra o povo palestino.”
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota informando que acompanha a situação. “Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos. Reforça ainda a necessidade de remoção imediata das restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza, conforme as obrigações de Israel como potência ocupante.”
A interceptação ocorreu a menos de 200 quilômetros da costa de Gaza, região fortemente afetada pela guerra iniciada após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram cerca de 1.200 mortos em Israel. Desde então, a ofensiva israelense já causou mais de 54 mil mortes no território palestino, segundo autoridades locais, e tem gerado crescente pressão internacional por um cessar-fogo.
Após o episódio, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, determinou que os ativistas assistam a vídeos dos atentados do Hamas. “É justo que Greta, uma antissemita, e seus amigos simpatizantes do Hamas vejam quem é esse grupo terrorista e as atrocidades que cometeu contra mulheres, idosos e crianças”, afirmou.