O filme “Yepa mahsã kahtirotise: kariçu, grafismo e cosmologia”, foi gravado durante a realização de oficinas de práticas indígenas que ocorreram em abril e maio deste ano
O Centro de Medicina Indígena da Amazônia – Bahserikowi’i lança, nesta quinta-feira (16/12) o documentário “Yepa mahsã kahtirotise: kariçu, grafismo e cosmologia”. Gravado em abril e maio de 2021, durante as oficinas de “Cosmografia”, “Kariçú” e “Grafismo Indígena’’, o filme busca retratar a troca de conhecimentos entre anciãos e jovens das etnias Tukano, Tuyuca e Dessana.
O projeto foi contemplado na Lei Aldir Blanc – prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, e conta com a parceria da produtora Pedra de Fogo Produções.
Com duração 15 minutos, o documentário traz o depoimento dos idealizadores do Centro de Medicina Indígena da Amazônia, além dos participantes das três oficinas de grafismo indígena.
“Esse projeto nos deu a oportunidade de trazer a juventude indígena do alto rio negro, para construirmos o diálogo entre nós. Estamos conseguindo resgatar a nossa cultura junto aos nossos jovens, mostrar que muitos conhecimentos são de origem indígena e que são parte da nossa cultura. É importante ressaltar que esta juventude são os que irão espalhar aos não-indígenas e a sociedade em geral aquilo que aprendemos durante as oficinas”, relata Ivan Menezes, fundador do centro de medicina.
Shirley Garcia Pereira, do município de São Gabriel da Cachoeira, que atualmente reside em Manaus, participou das três ofiicina de Kariçú, Cosmografia e Grafismo Indígena contou a importância de estar presente nas atividades do Centro de Medicina Indígena da Amazônia.
“Eu tive um reencontro comigo mesma como indígena, por que pude encontrar as histórias que a minha avó contava, mesmo estando em uma cidade mais urbanizada, a minha avó sempre me passou alguns detalhes da nossa criação então, durante as oficinas eu pude entender com o que ela me falava, associada aos estudos de antropologia”, disse Shirley.
Sobre o Bahserikowi’i – O Centro de Medicina Indígena da Amazônia é um projeto que visa fortalecer a identidade étnica, cultural e a organização social dos povos originários, além de ser uma fonte de renda para as famílias e comunidades. É idealizado e coordenado pelo doutorando em Antropologia, pela Universidade Federal do Amazonas, João Paulo Barreto, indígena da etnia Tukano, do Alto Rio Negro. No espaço vão funcionar os seguintes projetos: Medicina Indígena, Amazônia Originários, Programa de Cursos de Línguas Indígenas e Cosmologias Indígenas e Saúde.