O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira, 27, que indicará uma mulher negra para a Suprema Corte do país.
A futura juíza irá ocupar o assento de Stephen Breyer, que anunciou formalmente sua aposentadoria em uma carta ao presidente nesta quinta.
O democrata disse que ainda não tem um nome mas que deverá apresentar uma proposta para o Senado americano ainda no próximo mês.
Breyer disse que continuará no cargo até o fim do atual mandato da Suprema Corte, que deve ocorrer no final de junho, mas que poderá esperar enquanto sua sucessora não for escolhida.
O magistrado de 83 anos é um dos três representantes de orientação liberal da mais alta corte americana – que tem maioria conservadora.
A saída do juiz liberal não alteraria a disposição das cadeiras da Suprema Corte que tem maioria conservadora (6 para 3).
“Esse é um dia agridoce para mim, eu conheço Breyer há muitos anos”, disse Biden. “Estou aqui para expressar a gratidão de toda a nação por seu serviço.”
Breyer é membro da Suprema Corte dos EUA desde 1994, quando foi indicado pelo então presidente Bill Clinton.
Após a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg em 2020, e a indicação de Amy Coney Barrett pelo presidente Donald Trump, Breyer vinha sendo pressionado a se aposentar pelos liberais.
Isso porque, com o Partido Democrata controlando a maioria do Senado, seria possível garantir que seu assento continuasse a ser ocupado por um representante de mesma orientação.
No governo de Barack Obama, Breyer e Ginsburg também foram pressionados por liberais a abandonar o cargo – e assim garantir a manutenção de seus assentos entre os democratas –, mas se recusaram.
Apesar de ainda não ter nenhuma indicação oficial para o cargo, alguns nomes têm circulado por Washington como possíveis sucessoras do juiz Breyer, entre eles:
As nomeações para a Suprema Corte, que decide a maioria das principais questões sociais nos Estados Unidos, têm sido objeto de batalhas políticas há alguns anos.
Durante seu mandato, o republicano Donald Trump nomeou três juízes, de um total de nove, que ancoraram firmemente a instituição no conservadorismo.
Desde setembro, a mais alta corte do país decidiu contra a obrigatoriedade da vacinação em grandes empresas, tem reconsiderado o direito ao aborto, discute a ampliação do direito ao porte de armas.