O episódio de ataque a uma viatura da Polícia Civil em Manaus deixou feridas para além dos dois policiais feridos a tiros por supostos membros de facção criminosa.
Há exato um mês do atentado em que homens armados de fuzis, na área de segurança do fórum do Poder Judiciário, mataram duas pessoas na hora e deixaram três feridas, a própria Polícia Civil e o sistema de segurança pública não deram a resposta que o cidadão esperava.
Qual era? A prisão dos executores e dos mandantes do ataque criminoso contra o Estado. Sim, além de ser uma viatura oficial, caracterizada, as duas pessoas presas que foram assassinadas na hora e a outra que foi levada em estado grave para o hospital (não se tem notícia se sobreviveu) estavam sob custódia do poder público.
Essa resposta era o mínimo que o comando da Polícia Civil, como autoridade judiciária, de investigação, deveria dar. Ficaria pelo menos como forma de amenizar a vergonha a que submeteu o Amazonas ao ser um alvo tão banal dos criminosos.
Não vamos nem falar do setor de inteligência que, ao que parece, há muito deixou de funcionar, já que não consegue antecipar nada de ação criminosa.
Sem contar também que a Delegacia-Geral não deu aos seus policiais a segurança necessária para o transporte de presos.
Hoje, os servidores públicos estão aí, com as marcas no corpo e na mente. Para muitos agentes da própria Polícia Civil, legado da má gestão da corporação.
Só que da polícia judiciária. O BARELÂNDIA foi procurado por policiais, ansiosos de manifestar insatisfação com os rumos desse episódio de janeiro deste ano.
Lembram eles que os policiais feridos mereciam que o caso tivesse um desfecho positivo para a Polícia Civil, depois de ser investigado a fundo.
Não sendo assim, a chefia da Polícia Civil inaugura precedente para que mais bandidos se animem a atacar seus agentes. E isso não será nada bom para o Estado, em nítida desvantagem em conter a escalada da criminalidade.