Empresa e mais duas concessionárias de Manaus estão sendo investigadas por esquema fraudulento na venda de caminhonetes para outros estados
Em coletiva de imprensa, os representantes do Grupo Braga Veículos se posicionaram sobre as ações da Polícia Federal do Amazonas (PF-AM), na última quarta-feira (18), durante a “Operação Francamente”. Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão tanto na concessionária quanto no escritório pertencente ao grupo em um prédio comercial de Manaus.
Além da unidade da Braga Veículos, na Av. Ramos Ferreira, no Centro, mais duas empresas de venda e locação de veículos foram alvos dos agentes federais por suspeita de fraudes na comercialização de caminhonetes na Zona Franca de Manaus (ZFM) se beneficiando dos incentivos fiscais. A estimativa da PF e da Receita Federal é que o esquema criminoso realizado nos estados do Amazonas e Mato Grosso causou um prejuízo de R$ 500 milhões em tributos sonegados no período investigado.
O advogado do Grupo Braga Veículos, Sérgio Vieira, explicou que os atos ilícitos na venda de veículos para outros estados sem o recolhimento dos impostos foram cometidos por revendedores e que não tem nenhuma participação direta da concessionária. Sobre as joias e montante em dinheiro apreendidos no escritório da empresa no edifício The Office, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus, Vieira informou que são bens e valores em espécie dos sócios devidamente declarados à Receita Federal.
“O início da investigação [da Polícia Federal, que serviu de base para a Operação Francamente] se deu em razão de três veículos que estavam em uma [caminhão] cegonha [no estado do Mato Grosso], que foi apurado pela Polícia Rodoviária Federal em 8 de junho de 2020. Dos três veículos [utilitários, ], dois foram vendidos pela Braga Veículos para duas pessoas físicas de Manaus. Uma venda em 21 de maio de 2020 e outra venda em 13 de maio de 2020”, relatou o advogado da Braga Veículos.
Vieira também informou que a operação da PF-AM, na quarta-feira, investigou a comercialização suspeita de 996 veículos S-10 por três concessionárias Chevrolet de Manaus, sendo uma do Grupo Braga, no período de janeiro de 2016 a outubro de 2020. A Braga Veículos vendeu 247 S-10 que entraram no esquema fraudulento, posteriormente, por pessoas físicas e jurídicas para a revenda fora da Zona Franca, o que é proibido pela legislação tributária. Os veículos comprados na Braga Veículos e em outras concessionárias da capital do Amazonas, que foram investigadas pela Polícia Federal, tinham autorização para circular apenas na área da ZFM ou de livre comércio.
Em nota de esclarecimento publicada ainda na quarta-feira (17) após a deflagração da “Operação Francamente”, o Grupo Braga Veículos explicou que “está colaborando com as autoridades competentes, bem como que não praticou nenhuma infração, estando plenamente convicto quanto a lisura e legalidade dos seus atos“.