O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) rejeitou o pedido de soltura de Ademar Cardoso, 29 anos, irmão de Djidja Cardoso. A solicitação da defesa de revogar a prisão preventiva de Ademar foi rejeitada pelo juiz Celso Souza de Paula, da 3a Vara de Delitos de Tráfico de Drogas da Comarca de Manaus.
“As demonstrações da prova da existência do crime e dos indícios de autoria e/ou participação estão devidamente preenchidas nesta persecução penal (…) mantenho a prisão preventiva de Ademar Neto”, afirmou o magistrado.
Irmãos e mãe de Djidja, Ademar e Cleusimar Cardoso, e Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza da família, foram presos no dia 30 de maio deste ano. O trio e mais oito pessoas foram acusados de quatorze delitos diferentes, incluindo tráfico de drogas, estupro de vulnerável e tortura com morte.
O delegado Cícero Túlio, titular do 1° DIP, afirmou que foi identificada uma seita religiosa fundada pela família Cardoso com o objetivo de persuadir os funcionários de uma rede de salões de beleza a usar drogas veterinárias Ketamina e Potenay. Cleusimar Cardoso, a mãe de Djidja, e Ademar Cardoso, o imão, foram indiciados por tortura, homicídio, tráfico de drogas e outros 12 delitos.
As investigações revelaram que Cleusimar, Ademar e Djidja, junto com o namorado da ex-sinhazinha, Bruno Rodrigues, e os funcionários Claudiele Santos da Silva, 33 anos; Verônica da Costa Seixas, 30 anos; e Marlisson Vasconcelos Dantas, 30 anos, organizavam um esquema criminoso que promovia a realização de cultos religiosos com a utilização de entorpecentes.
A polícia informou que o grupo criminoso pretendia estabelecer uma clínica veterinária para facilitar o acesso e compra de medicamentos de uso controlado, além de estabelecer uma comunidade para manter as atividades doutrinárias da seita.
Hatus Silveira, que foi considerado o elo dos autores com os fornecedores das substâncias, principalmente José Máximo, Sávio e Roberleno, administradores dos empreendimentos comerciais que forneciam os medicamentos, ajudou a família.
A polícia afirmou que Cleusimar, a mãe de Djidja Cardoso, a torturou. Em consequência das repetidas torturas, incluindo as gravadas pela própria agressora, ela faleceu no dia 28 de maio deste ano devido a uma depressão cardiorrespiratória.
Um homem chamado Emicley está entre os indiciados, que ajudou a dissimular provas durante as buscas iniciais da Operação Mandrágora em uma clínica veterinária onde trabalhava.
Nesta semana, o ex-namorado de Djidja, Bruno Rodrigues, foi condenado à prisão temporária em regime de prisão preventiva devido às provas encontradas em seu celular que indicam que o indiciado também está envolvido na liderança de uma seita criminosa.
O tráfico de drogas, associação para o tráfico, perigo para a vida ou a saúde de outrem, falsificação, adulteração ou corrupção de produtos terapêuticos ou medicinais, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro e prisão privada, constrangimento ilegal, favorecimento pessoal, favorecimento real, exercício ilegal de medicina e tortura sem consentimento da vítima foram os crimes pelos quais os autores foram indiciados.
A Operação Mandrágora revelou que havia uma seita religiosa que fornecia e distribuia a ketamina e também incentivava o uso da droga.
Em uma nova fase da investigação sobre a morte da ex-sinhazinha, o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto da Silva Lima, e o treinador Hatus Silveira, foram presos no dia 7 de junho. Além disso, dois funcionários de uma clínica veterinária foram presos por suspeita de fornecer cetamina à família Cardoso. As inconsistências nos depoimentos levaram à prisão.
No dia 30 de maio, a mãe e o irmão de Djidja, Cleusimar e Ademar, foram presos na avenida Jurunas, no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus. Verônica da Costa Seixas, que foi identificada como a gerente do salão de beleza onde Djidja trabalhava, também foi presa com eles. A maquiadora do local, Claudiele Santos da Silva, de 34 anos, se entregou posteriormente à polícia, mas na tarde de quinta-feira (6) ela foi liberada para cumprir prisão domiciliar. A decisão foi tomada porque ela tem uma criança menor de 12 anos que precisa de cuidados maternos completos.
Além da maquiadora, o cabeleireiro do salão Marlisson Vasconcelos Dantas também foi preso.
A Justiça do Amazonas decidiu que um funcionário de uma clínica veterinária que foi identificado como fornecedor de cetamina para a família de Djidja Cardoso teve sua prisão convertida para domiciliar na tarde desta quarta-feira (18).