Centro de Distribuição HapVida Notredame pode ser interditado após denúncias

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Foto: Reprodução

Vários funcionários que, nos últimos seis meses, foram obrigados a pedir demissão da empresa Centro de Distribuição HapVida Notredame por não aceitarem condições insalubres de trabalho e exigência de hora-extra todos os dias e nos fins de semana, denunciaram ao Departamento de Vigilância em Saúde (VISA MANAUS) as péssimas condições de trabalho.

Entre as denúncias estão a localização do Centro de Distribuição, que funciona em um galpão com umidade e goteiras, o que causam constantes alagamentos em dias de chuva. A umidade faz com que surjam mofo em vários medicamentos, segundo os denunciantes.

Uma das ex-servidoras da empresa, que não será identificada para não sofrer retaliações, afirmou que só há um banheiro para toda a equipe. “Esse banheiro vive constantemente sujo e quebrado. Me dá nojo ter de usá-lo”, disse a ex-funcionária.

Os ex-funcionários também disseram que eram obrigados a fazer hora-extra aos sábados e domingos constantemente e durante alguns dias da semana também.

Devido ao acúmulo de funções, alguns colaboradores pediram demissão porque não suportaram a sobrecarga de trabalho porque o coordenador do Centro de Distribuição, Sandro Freides, faz com todos acumulem funções e ameaça demitir quem não aceita as condições impostas.

De acordo com os ex-funcionários, no momento, o Centro de Distribuição está operando sem a presença de farmacêutico. Quem está exercendo ilegalmente a função são os demais funcionários que são obrigados pelo coordenador Sandro Freides a fracionar medicamentos, “sendo que a execução desse trabalho e a fiscalização do mesmo é de competência de farmacêuticos e não de colaboradores que não tem formação para tal”, destacou outro ex-servidor do local.

“A água que é disponibilizada pela empresa para os funcionários beberem não é industrializada. É coletada de um poço e colocada em garrafões não higienizados”, reclamou uma profissional, que também foi demitida.

Além de obrigarem os trabalhadores a comparecerem aos dias de horas-extras forçadas via as ameaças de demissão, o ponto eletrônico é desligado propositadamente pelo setor de Recursos Humanos da empresa. “Mas, nos dias de semana, o ponto eletrônico volta a funcionar normalmente”, relatou um dos demitidos.

Um dos servidores explicou que os funcionários que operam as empilhadeiras elétricas não possuem certificação para operá-las, podendo causar acidentes graves, como a queda de caixas e paletes, podendo levar pessoas à morte.

Todos os ex-funcionários foram unânimes em dizer que, no local onde é guardado material cirúrgico, é tudo sujo e com mofo.

Segundo eles, a última farmacêutica que trabalhou no local se demitiu há um ano, mas a empresa continua utilizando a identificação profissional da farmacêutica nas embalagens de medicamentos. “É um processo fraudulento porque utiliza ilegalmente o cadastro profissional da antiga funcionária”, afirmou uma ex-colaboradora.

O VISA MANAUS recebeu as denúncias e enviou na quinta-feira (15/02) uma equipe de fiscalização, que constatou que a maior parte das denúncias procede. Mas também presenciou outras irregularidades, dentre elas o acondicionamento inadequado para material que vai ser despachado para atender Centros de Distribuição de outros estados.

Segundo os ex-funcionários, que tiveram acesso às ações da fiscalização por meio de relatos de diversos companheiros que ainda trabalham no setor de RH, a empresa recebeu a determinação de solucionar todas as irregularidades encontradas até esta sexta-feira, às 9h, quando nova fiscalização será realizada. Caso a empresa não cumpra as regras, o Centro de Distribuição será interditado, até que tudo seja solucionado pela empresa.

“Se o CD for fechado, todos os hospitais da rede HapVida, dentre eles o Rio Negro, que tem uma demanda alta de solicitação de medicamentos, será totalmente prejudicado, pois centenas de pacientes ficarão sem receber medicações”, explicaram os denunciantes.

Para mais informações, entrar em contato com o VISA MANAUS por meio dos telefones (92) 98842-8238, 98842-8517 e 98842-8481.

O telefone para informações do Hospital Rio Negro é 4002-3633.

A Superintendência Regional do Trabalho também recebeu denúncias referentes às questões trabalhistas. O telefone para mais informações é 3611-4251.

Por entenderem que o uso de registro profissional de ex-funcionário é crime, alguns dos ex-funcionários também estão se mobilizando para protocolar denúncias ao Conselho de Farmácia do Amazonas, ao Ministério Público do Estado e à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) ainda nesta sexta-feira (16/02).

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