Joyce Coelho deixou o cargo de delegada da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). A ex-titular da Depca foi nomeada para a Deaai, que é a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais. A titular da Deaai, Juliana Tuma, foi designada para o cargo.
A troca ocorreu no último dia 16 de maio, quando a delegada colocou o cargo à disposição após relatar desconforto com a interferência política, principalmente da deputada Débora Menezes (PL), em eventos e operações da Polícia Civil.
A deputada, que até pouco tempo não tinha nenhuma relação com a força de segurança pública, recentemente tem sido vista trabalhando com a Polícia Civil em casos de estupro e abuso sexual.
Logo após a notícia da troca ser divulgada por sites de notícias, a delegada Joyce disse, por meio de uma publicação em rede social , que foi “surpreendida” com a portaria informando a dispensa. “Sou policial, amo o meu trabalho e não tenho medo de trabalho, mas, existem valores que pra mim são inegociáveis! No fim do dia fui surpreendida com uma portaria me trocando de delegacia”, disse a delegada.
Na publicação, a delegada informou, ainda, que a capacitação iniciada nesta segunda, para policiais e servidores de delegacias da capital e do interior, sobre a implementação correta da lei 13.431/17, que orienta sobre a escuta e o depoimento especial de crianças e adolescentes, vítimas e testemunhas de violência vai continuar. “Com a cabeça erguida vamos finalizar o curso em respeito a todas as pessoas envolvidas na organização e à palestrante que é maravilhosa! Não desanimem”, concluiu.
Na último dia 28 de maio, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) recomendou à cúpula da Segurança Pública que usem as medidas “necessárias e progressivas” para impedir a participação em entrevistas coletivas de autoridades que não participam de investigações policiais.
A recomendação foi assinada por Armando Gurgel Maia, promotor das Promotorias de Atividade de Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública da capital (PROCEAP). De acordo com o MP, a medida era necessária para evitar o uso da estrutura da segurança pública para fins políticos.