Justiça Federal condena “coiotes” por migração ilegal em Tabatinga

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Foto: Reprodução

A Justiça Federal condenou dois acusados de integrar uma organização criminosa transnacional especializada na promoção de migração ilegal, supressão de documentos e lavagem de dinheiro. As penas variam de três a 28 anos de prisão. Os réus foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por utilizarem a cidade de Tabatinga (AM), na tríplice fronteira com Colômbia e Peru, como rota para levar estrangeiros ilegalmente aos Estados Unidos.

De acordo com a denúncia, entre novembro de 2019 e agosto de 2020, os condenados, juntamente com outros dois estrangeiros, operavam uma rede criminosa internacional voltada ao tráfico de pessoas. Um dos réus atuava como “coiote”, responsável por receber os imigrantes em Tabatinga, agir como tradutor, reter documentos para impedir fugas e lavar o dinheiro obtido com o esquema.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentações suspeitas nas contas do réu, que totalizaram mais de R$ 2,7 milhões em apenas dois meses, entre janeiro e fevereiro de 2019. Questionado, o homem alegou que os valores eram oriundos da venda de roupas usadas, mas não apresentou qualquer documentação fiscal que comprovasse a atividade.

O segundo condenado era dono de um hotel em Tabatinga onde hospedava os imigrantes até que deixassem o Brasil rumo à América Central e, posteriormente, aos Estados Unidos. Segundo o MPF, mais de 117 estrangeiros – majoritariamente da Índia, Paquistão e Bangladesh – passaram pelo local entre 2019 e 2020.

As ações penais resultam da Operação Chandratal, deflagrada pela Polícia Federal no Amazonas, com o objetivo de desarticular a organização criminosa. A investigação apontou a cooperação entre nacionais e estrangeiros, especialmente bengalis, para facilitar a entrada irregular de imigrantes no Brasil como etapa de um trajeto ilegal rumo aos EUA.

Apenas um dos réus poderá recorrer da sentença em liberdade. Ainda cabe recurso das condenações.

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