Faleceu nesta terça-feira (3), em Manaus, aos 89 anos, Raimundo Nonato Pereira, carinhosamente conhecido como “Nonatinho”. Servidor mais antigo do Teatro Amazonas, ele dedicou 52 anos de sua vida à cultura do estado, tornando-se uma figura emblemática da história do principal patrimônio arquitetônico do Amazonas.
Contratado em 1973 para trabalhar como pedreiro, Nonato logo passou a integrar a equipe fixa do teatro, atuando em diversas funções ao longo das décadas — entre elas, porteiro, bilheteiro, assistente técnico, agente administrativo e cenotécnico. Sempre disposto a ajudar, tornou-se referência para colegas e visitantes, acumulando memórias que atravessam gerações.
Em reconhecimento à sua trajetória, o Governo do Amazonas emitiu nota oficial lamentando a perda e destacando a importância de Nonato para a cultura local: “Agradecemos imensamente a Raimundo Nonato, que já entrou para a história da Cultura do Amazonas, e nos solidarizamos com seus familiares e amigos”.
O velório ocorre no Teatro Amazonas, a partir das 10h30 desta terça-feira, com encerramento previsto para as 10h de quarta-feira (4). O sepultamento será realizado no Cemitério Recanto da Paz, em Iranduba.
Filho de um ajudante de pedreiro e de uma lavadeira, Nonato transformou seu ofício em uma missão de vida. Entre suas lembranças marcantes, destacam-se a instalação de uma pedra de mármore, quando foi promovido após ajudar um colega; a recepção ao então presidente João Figueiredo, nos anos 1980; e a visita do príncipe Charles, atual rei do Reino Unido.
Conhecido por sua generosidade e sabedoria, “Nonatinho” era uma espécie de “enciclopédia viva” do Teatro Amazonas, contribuindo com orientações valiosas em projetos de restauração e pesquisa.
Com sua partida, o Teatro Amazonas perde não apenas um servidor exemplar, mas um símbolo de resistência e amor pela cultura. Seu legado permanece vivo na história do teatro e no coração daqueles que com ele conviveram.
