MPF denuncia mandante das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips

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Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quarta-feira (5), o suposto mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os crimes ocorreram em 5 de junho de 2022, na Terra Indígena do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, e foram classificados como homicídio qualificado, praticado com crueldade e motivação torpe.

A nova denúncia foi apresentada à Justiça Federal em Tabatinga (AM) pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com apoio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ). O MPF também pediu o fim do sigilo do processo, o que poderá permitir maior transparência sobre o caso.

As investigações mobilizaram forças federais, comunidades indígenas e a imprensa nacional e internacional. Menos de dois meses após os assassinatos, em julho de 2022, o MPF já havia denunciado três homens — Amarildo da Costa Oliveira (“Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) — por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Eles se tornaram réus e foram presos preventivamente.

Em outubro de 2023, a Justiça Federal determinou que os três fossem julgados pelo tribunal do júri. Já em junho de 2024, mais cinco homens foram denunciados por envolvimento na ocultação dos corpos. Quatro deles também respondem por corrupção de menores por terem recrutado um adolescente para ajudar no crime.

Em janeiro de 2025, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região manteve a decisão que enviou Amarildo e Jefferson a júri popular, mas excluiu Oseney do julgamento. O MPF recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que ele também deve responder junto aos demais.

Amarildo e Jefferson permanecem presos e vão responder por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Oseney está em prisão domiciliar com monitoramento eletrônico. Com a nova denúncia, o MPF reafirma o compromisso de responsabilizar todos os envolvidos nos crimes que tiveram repercussão internacional e expuseram os riscos enfrentados por defensores do meio ambiente e jornalistas na região amazônica.

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