25.3 C
Manaus
terça-feira, abril 22, 2025
Publicidade
InicioAmazonasNovo Airão comemora 66 anos de emancipação política

Compartilhar

Novo Airão comemora 66 anos de emancipação política

O município de Novo Airão, localizado à margem direita do Rio Negro, a 180 quilômetros de distância de Manaus, comemora 66 anos de emancipação política neste domingo (19 de dezembro), com a realização de uma festa nos dias 17, 18 e 19 em frente ao Ginásio Municipal Jorge Ferrari. O festejo contará com atrações regionais e nacionais com apresentações de Kleber Lucas, Pablo do Arrocha, Xiado da Xinela e Daniel Trindade, além de participação cultural das agremiações dos peixes-boi Jaú e Anavilhanas.

A programação também terá atividades e competições esportivas como atletismo, motocross, tênis de mesa, futevôlei, vôlei de areia, velocroos (pistão) e dominó. Uma das presenças confirmadas e do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que vai participar da disputa de futevôlei no sábado.

O prefeito de Novo Airão, Frederico Júnior (PSC), ressalta o apoio do governo do Estado para a realização da festa e, sobretudo, os investimentos que estão possibilitando o desenvolvimento do turismo e da produção local. “A celebração dos 66 anos do município é acreditar em um futuro de desenvolvimento e vitórias com respeito e preservação da natureza, que é o nosso maior patrimônio cultural e econômico, que nos permite a atividade turística o ano todo”.

Para realizar a festa a Prefeitura de Novo Airão adotou medidas de prevenção e controle da pandemia do coronavírus determinadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde (MS) e Secretaria de Estado de Saúde (SES AM), além de decreto estadual que estabelece o número máximo de três mil pessoas em eventos públicos. Diante das exigências, foi estabelecido o limite de público (três mil) para evitar o contato próximo entre pessoas.

Para assegurar o ingresso à festa (shows musicais) é necessária a inscrição (cadastramento) no endereço eletrônico portal.novoairao66anos.co.br . O sistema envia um QR Code (código de barras) para que a pessoa faça um print que deverá ser apresentado na entrada do evento. O acesso também está condicionado a apresentação da carteira de vacinação com o registro das duas doses contra Covid-19 e uso de máscara.

Meio ambiente

Novo Airão é considerado o paraíso ecológico que abriga belezas naturais como o Parque nacional de Anavilhanas. Uma unidade de conservação brasileira de proteção da natureza e o Parque do Jaú. O município também é conhecido por suas praias de areias brancas e pela fabricação de barcos regionais (estaleiros). Destaca-se ainda pela beleza da cidade e riqueza natural, debruçadas à margem do Rio Negro, um dos mais ricos ecossistemas da Amazônia.

A história de Novo Airão está fortemente ligada ao Velho Airão, uma cidade fantasma da qual parte de seus colonizadores são originários. O município nasceu da miscigenação e união de culturais de povos indígenas como tarumãs, bares, tucanos, waimiri atroari e brasileiros vindos de diversos cantos do Brasil.

Transformações

Novo Airão ao longo dos anos vem passando por transformações culturais e econômicas. No campo da educação, a cacique geral da etnia Lanawa, Alvanira Soares, aponta o avanço conquistado pelos indígenas com o acesso à escola. O programa educacional, desenvolvido em parceria entre estado e município, com apoio do Centro Educacional Tecnológico da Amazônia (Cetam), denominado anexo escolar, oferece os ensinos fundamental e médio. Com perspectivas de ensino superior. “Antes as 22 etnias não tinham escolas regulares com conteúdo direcionado aos indígenas. Hoje temos o ensino da língua portuguesa e da língua mãe. Isso representa o resgate de nossas culturas”.

Alvanira Soares acusa também avanço no setor produtivo com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) desenvolvido pela Prefeitura de Novo Airão, também com parceria do Estado, de apoio à produção dos indígenas e produtores locais. O programa compra produtos regionais que são destinados à merenda escolar nas unidades educacionais do município e do estado. O PAA também assegura a comercialização dos produtos no mercado consumidor do município e na capital. “Essa ação além de ser incentivo ao desenvolvimento agrícola, com a garantia de preço mínimo, oferece aos estudantes alimentos regionais saudáveis como frutas e hortaliças”.

Divida social

O professor de filosofia e diretor do Departamento de Educação Rural, Glênio Bezerra de Lima, conta uma história de dívida social histórica do governo federal com os descendentes das famílias de quilombolas que foram desapropriados de suas terras quando da criação do Parque Nacional do Jaú, criado em 1980 por iniciativa do Instituto Brasileiro de Pesquisa da Amazônia (INPA).

As famílias que habitavam a região havia mais de 80 anos foram removidas para a sede do município de Novo Airão com a promessa de indenização pelo governo federal. Contudo, esta nunca foi cumprida e as pessoas, que deixaram para trás casas e um modo de vida extrativista, tiveram de ingressar no mercado de trabalho totalmente diferente como a construção naval e civil, pesca e outras formas assalariadas. “Apesar disso havemos de resaltar um fator fenomenal: o esforço dessas pessoas para manter a condição de cidadãos honrados e de bem, que evitaram males como marginalidade e prostituição. Hoje temos professores e advogados descendentes desse êxodo rural”.

Em relação à criminalidade que chegou a Novo Airão, nos últimos anos, facilitada pelo advento da estrada AM-352, que liga o município á Manacapuru, Iranduba e Manaus, Glênio Bezerra, aponta que o município teve um salto positivo com investimentos na área social e da educação, sobretudo na atual administração do município. “Não fossem os investimentos do poder público para assegurar a educação de qualidade a todos e a atenção social às famílias em condição de vulnerabilidade, o quadro de criminalidade com certeza seria bem mais grave”, finaliza.

Pandemia e aquecimento econômico

O surto de Covid-19 (coronavírus) afetou severamente a saúde e o bem-estar das pessoas em todo o mundo. Bem como padrões comportamentais e rotinas diárias. Isso causou um efeito cascata que abalou a economia global. Novo Airão não foi exceção, também sofreu os impactos econômicos causados pela pandemia. Contudo, a administração municipal adotou medidas preventivas que transformaram a crise em aquecimento comercial no município.

O prefeito Frederico Júnior explica que o primeiro passo foi aderir às determinações sanitárias estabelecidas pelo Ministério da Saúde e governo do estado para instalações de barreiras sanitárias restringindo o acesso e saída de pessoas do município. Mas, a medida acertada foi a manutenção de pagamento em dia e não ter feito demissão de servidores públicos. “A garantia de salário garantiu a circulação de dinheiro na cidade. E, a impossibilidade de acesso dos moradores a outras cidades representou o melhor período de vendas ao comércio local e o aquecimento na economia do município”, comemora o prefeito.

Frederico Júnior também cita como aliado o PAA que manteve a compra de produtos dos agricultores locais que integraram os itens da cesta básica distribuída ás famílias de baixa renda. “Adotamos medidas de prevenção à Covid-19 e de garantia á cidadania que resultaram na superação de crise econômica durante a pandemia. Essa é a perspectiva que acreditamos para 2022”.

Histórico

Há duas versões sobre a origem do primeiro núcleo de povoamento em terras do município de Airão, que eram habitadas pelos índios Waimiri Atroari, Crichanã, Carabinari, Jauaperi e outras etnias. A primeira versão diz que numa das bandeiras dos jesuítas, saídas do Maranhão, a primeira em 1657 e a segunda no ano seguinte, foi fundada a missão dos Tarumãs que, depois de passar por vários incidentes, transmudou-se na missão da Foz do Jaú, sob a proteção de Santo Elias.

A segunda versão, informa que Pedro da Costa Favela, no comando de uma tropa de resgate, e o frei Teodósio da Veiga, da ordem dos Mercês, vieram ao Rio Negro guiados pelos Aroquis, que habitavam o rio Urubu, e fundaram em 1668, nas proximidades do riacho Aruim, uma povoação que anos depois, foi transferida para a Foz do Rio Jaú, com a denominação de Santo Elias do Jaú.

Após passar séculos sem muitas alterações políticas e quase nenhum progresso, foi elevado à categoria de município com a denominação de Airão, pela lei estadual nº 99, de 19 de dezembro de 1955, desmembrado do município de Manaus.
Em 1970, pela lei estadual nº 1012, de 31 de dezembro, o município tomou a denominação de Novo Airão.

COLUNISTAS

Siga-nos

LEIA TAMBÉM

Clima esquenta na PM depois que a família do Coronel Menezes passou a mandar na corporação

Circula em grupos de policiais no WhatsApp um texto...

Comerciante que se achava dono da rua teve telhado demolido e material apreendido pela prefeitura

Um telhado construído em cima de uma rua para...