O Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Amazonas (SINDSEMP-AM) emitiu uma nota pública criticando fortemente as medidas do órgão para o seu público interno. Em Ato publicado na última quinta-feira (13), o MPAM determinou o revezamento do trabalho de seus servidores, o que, segundo o Sindicato, coloca em alto risco os profissionais que precisem continuar no trabalho presencial, visto que o número de casos de covid-19 e influenza não pára de crescer entre os profissionais que atuam no local.
O sindicato solicitou que o MPAM faça uma reavaliação do Ato o mais rápido possível.
Pelo menos 600 servidores trabalham nas unidades da Instituição na capital e no interior. Dentre as críticas do sindicato ao posicionamento do MPAM está a inclusão de servidores do grupo de risco, de estagiários e empregados terceirizados no sistema de rodízio; a manutenção do atendimento ao público de maneira presencial mesmo em pleno cenário de contaminação em massa; a impossibilidade de revezamento de funcionários em setores que contam com a atuação de apenas um servidor, dentre outras.
“É importante destacar que o MPAM atuou em outras fases da pandemia em regime de trabalho remoto e prestou seus serviços à população com excelência, apresentando ótimos índices de produtividade e utilizando seus sistemas de informática e seus canais virtuais de atendimento. Não há motivo para expor a saúde e a segurança das pessoas, bem como de suas famílias, com atendimento ao público de maneira presencial, tanto na capital quanto no interior. Outros órgãos adotaram o modelo de home office como regra (TJAM, TRE-AM, UEA) pelo menos até o final do mês de janeiro, resguardando seus colaboradores e, em essência, os serviços prestados prestados à população”, afirmou o presidente do Sindicato, Marlon Bernardo.
Ainda de acordo com Marlon, o sindicato aguarda um posicionamento oficial da Administração do MPAM diante do pedido de revisão do Ato.
Segundo o sindicato, pelo menos 13 servidores já testaram positivo para a covid-19 e outros 15 estão com suspeita da infecção. Além disso, 2 membros e 3 servidores do órgão já perderam a vida devido às complicações da covid-19.
Marlon afirma temer o cenário futuro caso o Ato seja mesmo cumprido. “O que vai acontecer é a ampliação dos riscos de contaminação, principalmente pelo regime de revezamento em cenário inadequado. Além disso, o atendimento presencial deve ser equacionado para evitar expor os próprios cidadãos que procuram o Ministério Público. Nossa Instituição é moderna e tem meios suficientes para prestar bons serviços à sociedade sem colocar em risco os profissionais que nela trabalham”, afirmou.