O acordo de delação premiada do policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos que resultaram na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A análise do acordo sugere que o mandante do crime, envolvido nas apurações, possui foro especial por prerrogativa de função, também conhecido como foro privilegiado, concedido a autoridades ocupantes de cargos públicos.
Dentre os nomes mencionados nas investigações do assassinato de Marielle está o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, conforme informações do colunista Guilherme Amado. Em setembro de 2019, Brazão foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por obstrução à justiça no caso Marielle, mas a acusação foi rejeitada pela Justiça do Rio de Janeiro em março do ano passado. Atualmente, a delação de Ronnie Lessa aguarda homologação pelo STJ.
O acordo de Lessa com a Polícia Federal (PF), revelado pelo colunista Lauro Jardim do jornal O Globo, pode ser um desfecho importante para o caso Marielle, que permaneceu envolto em mistério por quase seis anos. No ano passado, a PF também firmou um acordo de delação premiada com o ex-policial militar Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o veículo utilizado no crime. As investigações em torno das mortes, segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, devem ser concluídas até o final de março deste ano.
Fonte: Metrópoles