Uma menina de 11 anos, natural de Irati, região Central do Paraná, passou por uma cirurgia bariátrica após chegar a pesar mais de 200 quilos. A família da criança conseguiu na Justiça o direito dela fazer o procedimento após ter o diagnóstico da obesidade ser fruto de uma mutação genética.
A anomalia compromete os receptores cerebrais que a impedem o funcionamento de uma região do cérebro conhecida como hipotálamo, responsável por comandar a produção de hormônios e regular o metabolismo.
O problema fez com ela parasse de andar, de tomar banho sozinha e de executar qualquer tipo de atividade básica.
“A gente sabe que não vai ser fácil, mas é uma vitória. Eu lutei muito, nós lutamos muito para estar aqui. […] O que mais penso é que depois da cirurgia e do medicamento nós vamos ter uma vida normal, porque até hoje nossa vida foi muito privada, muito difícil”, relatou a mãe.
A mãe conta que por muito tempo a filha foi vítima de bullying por conta do distúrbio e por isso, ela e o pai, que são agricultores, evitavam sair e levavam uma vida muito reservada.
Com a cirurgia, realizada no dia 8 de novembro, a menina já perdeu alguns quilos e está recebendo todo o cuidado de uma equipe multidisciplinar com nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e outros profissionais.
A família agora briga, também na Justiça, para conseguir um medicamento à base de cannabis que pode ajudar no tratamento. O remédio não está disponível no Brasil e precisa ser importado dos Estados Unidos.
Ela segue internada no Hospital 28 de Outubro, em Curitiba (PR), e deve permanecer na instituição por 50 dias recebendo todo o suporte médico. Ela deve receber alta para continuar com as restrições em casa apenas em fevereiro.