Alta da moeda norte-americana na manhã de hoje (22) é reflexo de ações do governo para garantir Auxílio Brasil
O dólar comercial opera em alta na manhã desta sexta-feira (22) após um dia agitado no cenário nacional, com debandada da equipe econômica e aprovação do texto da PEC dos Precatórios pela Comissão Especial da Câmara. Por volta das 09h15 (de Brasília), a moeda norte-americana subia 0,60%, vendida a R$ 5,702, conforme investidores seguiam impondo nos preços riscos maiores de abandono da responsabilidade fiscal com o furo do teto de gastos.
Ontem (21) o dólar subiu 1,92%, fechando a R$ 5,668 na venda. Este foi o maior valor em mais de seis meses, desde 14 de abril (R$ 5,67), e a maior alta diária em mais de um mês, desde 8 de setembro (2,89%).
Ontem, assim que os mercados fecharam, o Ministério da Economia comunicou que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao chefe da pasta, Paulo Guedes, marcando nova rodada de baixas na equipe econômica.
Repercute ainda no mercado a sinalização do governo de que irá contornar a regra do teto de gastos para colocar de pé um novo Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, mais robusto.
Ontem à noite, a Comissão Especial da Câmara que trata da PEC dos Precatórios aprovou o texto apresentado pelo relator da matéria, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). Pela proposta, o Governo Federal terá um espaço fiscal de R$ 83 bilhões para gastar a mais em 2022, furando o teto do Orçamento.
Isso permitiria o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400 até o fim de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentará a reeleição. Na prática, a PEC permite que o governo fure o teto de gastos, a regra fiscal constitucional que limita a despesa pública ao Orçamento do ano anterior corrigido pela inflação.
Com informações do portal UOL