Uma mulher de 66 anos foi resgatada nesta sexta-feira (6) em Aracaju (SE), após trabalhar por 40 anos em condições análogas à escravidão em uma residência da capital sergipana. Durante todo esse período, ela não recebeu salário, tampouco teve acesso a direitos trabalhistas como férias, descanso semanal ou jornada limitada.
O caso veio à tona após uma denúncia anônima, que levou ao início das investigações. No local, as autoridades confirmaram graves violações de direitos fundamentais. Segundo a Polícia Federal, trata-se do primeiro registro de resgate por trabalho escravo doméstico no estado de Sergipe.
A operação foi conduzida por uma força-tarefa formada por agentes da Polícia Federal, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Auditoria-Fiscal do Trabalho. A vítima e os empregadores prestaram depoimento na sede do MPT-SE, onde foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir o pagamento das verbas rescisórias à trabalhadora. O processo segue em sigilo.
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelam que, somente em 2024, mais de 2 mil trabalhadores foram resgatados de situações semelhantes no país. No setor doméstico, já são 19 os casos de resgate neste ano.
Denúncias sobre trabalho escravo podem ser feitas pelos seguintes canais:
- Disque 100
- Sistema Ipê
- Comunica PF