Na noite da última terça-feira (24/12), a ação de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou em uma jovem gravemente ferida em Duque de Caxias (RJ).Juliana Leite Rangel, de 26 anos, levou um tiro na cabeça após os agentes da lei dispararem contra o veículo onde ela e sua família se encontravam.
A Polícia Federal (PF) informou que abriu um inquérito para investigar o incidente. No entanto, o incidente, que envolveu tiros contra o veículo de uma família desarmada que se dirigia a uma ceia de Natal, desencadeou debates acerca dos limites do uso da força pelas forças policiais e da importância de instrumentos de controle, como a utilização de câmeras corporais pelos policiais.
Inicialmente, os policiais teriam dito à família da jovem baleada que teriam sido alvo de disparos antes de abrir fogo contra o carro. As vítimas rechaçam a versão e dizem que os agentes saíram da viatura já atirando. Caberá, assim, à PF esclarecer as circunstâncias que levaram aos disparos contra o veículo onde estava Juliana.
Em nota, a Polícia Federal informou que, após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal, uma equipe esteve à cena do crime para realizar as medidas iniciais, “que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”.
Por outro lado, a PRF ressaltou que os agentes implicados foram preventivamente afastados de todas as tarefas operacionais. “A PRF expressa profunda tristeza pelo incidente.” Segundo a orientação da direção-geral, a coordenação-geral de Direitos Humanos monitora a situação e oferece suporte à família da jovem Juliana.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, expressou sua tristeza pelo ocorrido e garantiu que a pasta está empenhada em investigar adequadamente as responsabilidades.
“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, disse.
Os ataques aconteceram na BR-040, na cidade de Duque de Caxias, no estado do Rio. O pai da vítima, Alexandre da Silva Rangel, 53, que conduzia o carro atingido pelos disparos, teria acionado a luz de freio ao escutar o sirene do carro policial. Contudo, de acordo com ele, os agentes deixaram o carro atirando.
Depois de ser atingida por um tiro na cabeça, Juliana Leite foi conduzida por funcionários da PRF ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, localizado na mesma cidade. Então, a jovem foi intubada e levada diretamente para o centro cirúrgico, onde foi submetida a um procedimento sem complicações.
Em nota, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem segue internada no CTI. “A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou.
