A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) comunicou que 45 pacientes que passaram por transplantes de órgãos entre dezembro de 2023 e setembro de 2024 estão passando por novos exames de HIV, semanas depois da divulgação do caso inédito de infecção em seis indivíduos pelo programa de transplantes do SUS.
Por meio de um comunicado, a SES confirmou que os exames iniciais desses transplantados, efetuados há cerca de 15 dias, não detectaram infecção. Em seguida, foi realizada uma contraprova que confirmou 249 resultados negativos.
Os exames estão sendo realizados nos centros de transplante ou no centro especializado da rede estadual. A SES comunicou que não existe uma data estipulada para a publicação dos resultados.
Seis indivíduos desenvolveram HIV após serem submetidos a transplantes de órgãos no Rio de Janeiro. De acordo com as apurações, dois doadores realizaram testes de sangue no PCS Lab Saleme, situado na Baixada Fluminense, e os resultados apresentaram um falso negativo.
A Fundação Saúde do RJ, contratada pelo governo do Rio de Janeiro, assinou um contrato de 12 meses em dezembro de 2023, com um valor total de R$ 11.479.459,07.
A Patologia Clinica Doutor Saleme Ltda seria responsável por realizar análises clínicas e patológicas. A Polícia Civil do Rio de Janeiro sustenta que as infecções de pacientes com HIV após transplantes de órgãos no estado do Rio de Janeiro foram provocadas por erros operacionais, visando gerar lucro.
No momento, seis indivíduos foram detidos na Operação “Verum”. Walter Vieira e Matheus Vieira são os proprietários do laboratório, juntamente com quatro colaboradores da companhia: Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos, Jacqueline Iris Bacellar de Assis e Adriana Vargas.
Na manhã deste domingo (20), Adriana foi detida na segunda etapa da operação, em Belford Roxo (RJ). Ela é responsável pela coordenação técnica do PCS Saleme.
Durante a operação, a polícia também apreendeu um aparelho de teste de HIV pertencente à empresa. As apurações indicaram um sério problema no controle de qualidade dos exames.
A circunstância é inédita no Brasil. Desde 2006, somente no Rio de Janeiro, 16 mil indivíduos foram submetidos a transplantes.
Além da polícia do Rio de Janeiro, a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro instauraram inquéritos para investigar o caso.
Fonte: CNN