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Sobrou até pros autistas: Primeiro debate para prefeitura de Manaus foi um festival de baixarias

O primeiro debate entre os, até então, pré-candidatos à Prefeitura de Manaus superou as expectativas em termos de um debate de baixo nível. Por cerca de duas horas, Marcelo Ramos (PT), Roberto Cidade (UB), Capitão Alberto Neto (PL) e Amom Mandel (Cidadania) trocaram ofensas, acusações e cobranças, oferecendo poucas soluções para os problemas da cidade. Desta vez, até a comunidade autista foi envolvida.

David Almeida amarelou

Pré-candidato à reeleição, o prefeito David Almeida (Avante) optou por recusar o convite da emissora Band Manaus. Em nota lida pelo mediador Neto Cavalcante, o prefeito alegou que “os demais candidatos a prefeito de Manaus não vêm debatendo os problemas da cidade nem apresentando propostas,” deixando claro que sua decisão de não comparecer foi tomada em “respeito à democracia e ao eleitor manauara.”

Sendo um personagem de situação do governo, era de se esperar que o prefeito fosse cobrado por aquilo que fez e, principalmente, pelo que deixou de fazer. Pelo menos, David Almeida manteve a elegância ao afirmar que preferiu evitar o confronto com seus adversários. Parece que Almeida já considera a eleição de 2024 ganha.

Roberto Cidade e a gafe da noite

Sendo o segundo colocado em várias pesquisas, Roberto Cidade criou expectativas para essa noite, mas saiu do debate mostrando claramente que não sabe onde se meteu. Enquanto seus adversários acusavam Cidade de ser conivente com o descaso na saúde do governo de Wilson Lima, o pré-candidato do UB parecia ter decorado o discurso de “Vou colocar 12 UPAs para funcionar 24 horas em Manaus.” A fala estava tão gravada em sua mente que Cidade chegou a usar a mesma frase para apontar uma solução para o problema de mobilidade urbana.

Mas a pior gafe do debate veio durante a resposta a uma pergunta feita pelo apresentador Willace Souza, que trouxe à pauta as crianças com espectro autista. Cidade simplesmente disparou: “infelizmente, possui um filho autista,” ou seja, entregou a bola no pé de Amom Mandel para que seu adversário marcasse o gol.

Para quem assume a vice-liderança nas pesquisas, Roberto Cidade se mostrou totalmente despreparado para assumir a cadeira de prefeito em Manaus. Mas, caso ele saia vitorioso, meu coração se consola ao saber que, se eu sofrer um assalto dentro de um coletivo, uma das 12 UPAs do prefeito estará à minha disposição.

O militarismo de Alberto Neto

Tentando se apresentar como o pré-candidato mais pé no chão e coerente, o Capitão Alberto Neto mostrou seu lado militar nato. “Choque de ordem e de gestão,” foi a frase de efeito escolhida pelo pré-candidato do PL, apoiado pelo ex-presidente Bolsonaro, que demonstrou nem mesmo conhecer as competências do município para a educação, ao defender escolas militarizadas para crianças.

Embora não tenha sido o pior do debate, Alberto Neto mostrou aquilo que já vimos no passado: mais um militar querendo governar uma cidade como se comanda um batalhão. Quantas vezes ainda veremos essa tentativa falhar por aqui?

Amom Mandel, o pré-candidato das redes sociais

Com uma pré-campanha ativa nas redes sociais, Amom Mandel não teve muito o que mostrar no debate. Sempre exaltando sua iniciativa de não usar o polêmico “fundão eleitoral,” o pré-candidato usou esse fato como palanque para colocar seus adversários contra a parede. Quem esperava propostas por parte de Mandel ficou com a sensação de que ele estava ali apenas para criar vídeos de impacto para suas redes sociais, a famosa “lacração.”

Quando não cobrava respostas sobre o fundão eleitoral, Mandel se dedicava a atacar o, citado por ele mesmo, “candidato do Governador,” referindo-se a Roberto Cidade, que é da base de Wilson Lima. De fato, na segunda metade do debate, algo pessoal parecia ter nascido entre os pré-candidatos do Cidadania e União Brasil, principalmente após a fala desastrosa de Cidade sobre seu filho autista.

Embora fale bem, Amom não apresentou propostas sólidas nesse primeiro debate. Parece que o jovem Mandel vai precisar de mais se quiser ser prefeito, já que dificilmente agregará eleitores se continuar tratando sua campanha como “conteúdos de TikTok.”

Marcelo Ramos pé no chão, mas ainda apagado

Com a visível experiência de um veterano, Marcelo Ramos não trouxe propostas sólidas para os próximos quatro anos de mandato, mas, mesmo assim, se mostrou o pré-candidato mais lúcido e bem posicionado diante de seus adversários.
Ramos manteve uma postura ofensiva contra o prefeito ausente, cobrando sua participação para prestar contas. Ramos foi atacado pelos demais pré-candidatos, mas conseguiu manter uma postura aceitável. Mesmo não apresentando propostas para o atual mandato que pretende conquistar, o pré-candidato do PT se saiu bem ao falar do que fez no período em que foi vereador e deputado.

Apesar de ter momentos sagazes, Ramos ainda caiu no desespero em alguns momentos, como quando deu uma bela carteirada ao afirmar que é candidato a pedido pessoal do Presidente Lula. Roberto Cidade ainda tentou atacar Ramos, mas, na verdade, acabou elogiando o adversário. O pré-candidato do UB afirmou que Marcelo custava R$ 300 milhões para Manaus, quando, na verdade, esse foi o valor que Ramos obteve em emendas quando deputado.

Por Phill Vasconcelos *O autor é Jornalista formado

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