Sem muito combativo quando o assunto é a administração de Manaus, o deputado federal Amon Mandel (Cidadania) permanece em silêncio quando o assunto é o salário do funcionalismo público estadual. Tudo para não desagradar o governador Wilson Lima (União Brasil), de quem quer o apoio para disputar a Prefeitura da capital. Para piorar, foi seu avô, o desembargador Domingos Chalub, quem tirou dos professores o livre direito de manifestação, ao proibir a greve contra os salários atrasados.
Mandel tem trabalhado firme nos bastidores para colocar de pé uma candidatura a prefeito. Aos 22 anos de idade, ele entende que tem capacidade de governar uma cidade com mais de dois milhões de habitantes e diversos problemas acumulados ao longo de décadas de gestões omissas principalmente com o crescimento desordenado, à base de invasões de terra.
Como deputado federal, Mandel continua se comportando como vereador, a ponto de ser chamado ironicamente nos bastidores como vereador federal. Entrou de cabeça no baixo clero da Câmara Federal, ao contrário do que fazia na Câmara Municipal de Manaus, aonde era uma das vozes mais estridentes.
Recentemente viajou com o governador Wilson Lima à Austria e tem aparecido cada vez mais ao lado do chefe do Executivo Estadual. A decisão de seu avô, que além de proibir a greve da maior categoria do funcionalismo público estadual ainda aplicou multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento, mostra o alinhamento da família com o Governo e o pouco caso dela com os servidores e seus salários achatados, apesar da enorme arrecadação estadual.