O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) até admite que o governador Wilson Lima (PSC) suba em seu palanque em 2022, mesmo com todo desgaste. Mas o preço é o apoio ao Coronel Menezes (Patriota) na eleição para o Senado. O que atrapalha esse acordo é a influência que o senador Omar Aziz (PSD) continua tendo no Governo do Estado. Os principais indicados dele continuam nos cargos e obras decorrentes de suas emendas parlamentares estão sendo tocadas a todo vapor.
A principal obra em andamento do Governo neste momento – a modernização da AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara – é uma parceria de Wilson com Omar. A chefe de gabinete do governador, Lúcia Carla Gama, é próxima do senador e foi sua secretária de Comunicação. Outros ocupantes de cargo na gestão dele no Estado continuam confortavelmente instalados.
Wilson tenta fazer jogo duplo. Colocou nomes próximos de Menezes na Segurança e na Saúde. Bajula o presidente o máximo que pode e deixou a articulação dos governadores para não desagradá-lo. Mas mantém um relacionamento de alcova com Omar, que trabalhou para tirar o nome do governador do relatório final da CPI da Pandemia e só não conseguiu porque Eduardo Braga (MDB) bateu o pé e ameaçou votar contra o documento, o que deixaria o placar em 6 x 5 e inviabilizaria qualquer tipo de punição.
O que afasta Omar de Wilson é a opção nacional dos dois. O primeiro se aproximou da esquerda e o segundo quer marchar com a direita. Nos bastidores, entretanto, o contato entre os dois é frequente e amistoso. O senador é braço avançado do governador em Brasília e mantém grande influência no Governo, principalmente quando o assunto são obras.
Resta saber se Bolsonaro e Menezes vão admitir o comportamento dúbio do governador, que namora em público com o Coronel, mas mantém um romance de bastidor com o senador.