Em entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (04/01), a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), delegada Joyce Coelho, deu detalhes sobre o caso da menina Isabelly, de 6 anos, morta por asfixia na noite da última segunda-feira (02/01).
De acordo com a autoridade policial, a mãe da criança, Claudiana Freitas, de 24 anos, confessou ter assassinado a própria filha na casa onde moravam, localizada no Conjunto Parque Eduardo Braga, no bairro Cidade Nova, Zona Norte.
No primeiro depoimento, a mulher negou o crime, mas assim que os peritos do IML confirmaram que a causa da morte teria sido asfixia, ela assumiu a autoria do crime.
“Somente quando do exame da necropsia o perito detectou que a causa da morte foi uma asfixia por sufocação, ela soube do lado e relatou que sufocou a criança com o próprio braço. Quando ela viu que a criança estava desfalecendo ela ainda pediu ajuda do tio e a criança foi levada para o hospital”, disse a delegada.
O marido da mulher contou que tudo pode ter acontecido durante um surto psicológico. Ele afirma que Claudiana sofre de depressão e que brigaram horas antes do crime, por isso ele acabou saindo de casa e deixando a criança sozinha com a mãe.
“Quem trouxe para a gente a informação do estado depressivo dela foi até o atual companheiro que relatou que em decorrência dessa depressão, ela tinha alguns surtos e acabava gritando e agredindo pessoas. Naquele dia do fato, ele tinha saído de casa à tarde justamente após uma briga com a mãe da criança”, detalhou a delegada.
A mulher foi presa em flagrante e vai responder por homicídio. A delegada afirma que a mulher não chegou a declarar arrependimento ou pedir perdão, mas afirma que ela está muito apática.
Vítima de estupro
Ainda durante a coletiva, a delegada afirmou que exames de necropsia afirmaram que a criança tinha marcas de abuso sexual.
Agora, com a confissão e prisão da mãe da criança, a polícia investiga quem cometeu o abuso sexual contra Isabelly.
De acordo com a perícia, o ato não aconteceu recentemente, como explica a delegada Joyce Coelho:
“O laudo é objetivo em dizer que há presença de abuso sexual, mas afirma que não é recente, ou seja, já estavam cicatrizados todos aqueles sinais, mas não dá para detectar o período”.
Confrontada sobre o estupro, Claudiana alegou que não sabia que a filha havia sido vítima de estupro.
A delegada também afirma que a polícia colheu amostras genéticas da mãe, do pai e do padrasto.
“Nós não temos muita esperança de que dê alguma coisa desse material, isso porque o abuso não é recente. Então provavelmente não vai haver material genético de autor naquele momento. Mas a gente pretende ouvir familiares justamente para aclarar essa questão do abuso sexual, uma vez que a única pessoa que poderia falar era vítima, mas ela infelizmente está morta”, explica.
A polícia continua investigando o caso para descobrir quem estuprou a menina e deve ampliar a apuração por meio dos novos depoimentos.