O governador Wilson Lima (União Brasil) bateu na mesa e exigiu que os bois Garantido e Caprichoso aceitassem a entrada da Rede Globo na transmissão do Festival de Parintins deste ano. Ele entende que a festa precisa ganhar projeção nacional e ao mesmo tempo usou o episódio para deixar claro que não aceita mais ser tutelado por ninguém, principalmente pela Rede Calderaro de Comunicação, que até agora era considerada a principal responsável por sua Ascenção.
Nos bastidores, interlocutores de Lima e dos Calderaro se dividem. Alguns consideram que não houve um rompimento, outros, principalmente os mais ligados ao grupo empresarial, dizendo que a reação do CEO Dissica Valério Thomás Filho, o Dissiquinha, é a pior possível. O Barelândia apurou que ele se dirigiu aos gritos a um auxiliar do governador que lhe telefonou na tentativa de colocar panos quentes na situação.
A TV A Crítica vai entrar na Justiça contra a decisão de permitir que canais do Grupo Globo transmitam o Festival. No editorial divulgado ontem os Calderaro chamam Wilson de mentiroso por dizer que havia consenso para a iniciativa e o consideram “porta-voz de empresa privada”. Ao mesmo tempo isentam os bumbás, afirmando que estes agiram “sob forte pressão”.
As consequências são imprevisíveis, ainda mais no momento em que se aproximam as eleições municipais. Já havia sinais de que Lima e os Calderaro estariam em lados opostos na disputa eleitoral mais importante, que é a de Manaus. Agora existe uma certeza. O governador apoia Roberto Cidade, seu correligionário; a Rede de Comunicação deve ficar com o prefeito David Almeida (Avante).
E a guerra promete ser intensa.
