A Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por suspeita de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023. A investigação aponta que o jogador teria forçado um cartão amarelo durante a partida contra o Santos para beneficiar familiares em apostas esportivas online.
Segundo a PF, o esquema envolvia apostas direcionadas especificamente ao desempenho de Bruno Henrique em campo. O caso veio à tona como desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em 2023 pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que já resultou em punições severas a diversos atletas por participação em esquemas similares.
Procurado, o Flamengo declarou manter “compromisso com o fair play desportivo e com o devido processo legal”. Já os representantes do jogador não se manifestaram sobre o indiciamento. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou apenas que “questões relativas à Unidade de Integridade são sigilosas”.
O pedido de extradição já havia sido arquivado anteriormente pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), sob a alegação de que os supostos lucros com as apostas seriam insignificantes diante do salário do atleta. No entanto, com o indiciamento da PF, o caso pode ser reaberto e julgado na esfera esportiva.
Se condenado com base no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), Bruno Henrique pode receber multa de até R$ 100 mil e suspensão de até 360 dias. Caso se enquadre no artigo 243-A, a punição pode ser ainda mais severa, incluindo anulação da partida e suspensão de até 24 jogos. Em uma possível interpretação mais branda, o jogador poderia ser enquadrado no artigo 258, que prevê suspensão de até seis partidas ou, em casos de menor gravidade, apenas uma advertência.
O episódio reacende o debate sobre a integridade no esporte, em meio a um histórico recente de casos semelhantes. Jogadores como Ygor Catatau, Matheus Gomes e Gabriel Tota foram banidos do futebol após decisões do STJD e da FIFA. Outros atletas, como Eduardo Bauermann, Kevin Lomónaco, Fernando Neto e Alef Manga, também foram punidos por envolvimento em fraudes relacionadas a apostas.