Na madrugada desta terça-feira (18/3), no horário local — ou noite de segunda-feira (17/3) no Brasil —, as Forças de Defesa de Israel realizaram uma série de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. A ofensiva marca a primeira grande operação militar na região desde o cessar-fogo firmado com o Hamas em janeiro deste ano.
Aviões de guerra israelenses atingiram diversos alvos em todo o território, desde a Cidade de Gaza, no norte, até Khan Younis, no sul. O Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 404 pessoas foram mortas, e centenas ficaram feridas. As informações foram confirmadas pelo The Guardian.
O governo israelense afirmou que a operação tem como objetivo atingir líderes do Hamas e destruir infraestruturas estratégicas do grupo, classificado como organização terrorista por Israel e outros países. A ação está sendo realizada em parceria com a Agência de Segurança de Israel (Shin Bet), responsável pela inteligência do país.
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a ofensiva foi autorizada após o Hamas rejeitar a libertação de reféns e recusar todas as propostas de negociação. “Israel continuará a atuar com força militar crescente contra o Hamas”, afirmou o governo, destacando que a operação pode se intensificar conforme necessário.
Relatos preliminares indicam que o primeiro-ministro do governo do Hamas e o vice-ministro das Relações Exteriores foram mortos nos ataques aéreos israelenses. O líder do Hamas, Ezzat al-Rishq, declarou que os novos bombardeios representam uma “sentença de morte” para os reféns israelenses ainda em cativeiro.
Atualmente, cerca de 59 reféns continuam detidos em Gaza, embora se acredite que menos da metade esteja viva.
A intensificação do conflito levou Israel a impor restrições adicionais às comunidades próximas à fronteira com Gaza, incluindo a suspensão das aulas em escolas da região como medida de precaução. Antes dessa ofensiva, já haviam sido registrados ataques menores, com um bombardeio no último sábado (15/3) matando nove pessoas no norte de Gaza, segundo profissionais de saúde locais.
O cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, havia previsto uma pausa nos ataques e a troca de reféns por prisioneiros palestinos. No entanto, o prazo da primeira fase do acordo terminou em 1º de março, sem avanços significativos, o que resultou na suspensão da entrada de ajuda humanitária em Gaza por parte de Israel.