Uma brasileira de 36 anos foi detida em Buenos Aires, na terça-feira (18), após ser acusada de jogar sua filha recém-nascida em um contêiner de lixo no bairro de Belgrano. A Justiça investiga se a criança ainda estava viva quando foi abandonada.
Imagens de câmeras de segurança mostram uma mulher, por volta das 10h01, passando em frente a um bazar e carregando uma sacola grande no ombro. Ela para, despeja o pacote na lixeira e segue seu caminho. Momentos depois, um catador de lixo, ao encontrar a bebê, inicialmente pensou que era um pacote de roupas, mas logo percebeu que se tratava de uma criança e começou a pedir socorro.
“Ele gritou e disse que havia um bebê dentro. Eu não acreditei, mas quando abri a bolsa, vi que era uma criança. Não se movia e não apresentava sinais de vida. Estava muito pálida e pequena”, contou Eduardo, um funcionário de uma loja próxima.
A polícia, acompanhada por uma equipe médica, chegou rapidamente ao local, mas não conseguiu reanimar a bebê. A criança, com cerca de três dias de vida, apresentava sinais de hipotermia e pele pálida, o que indicava que já poderia estar morta antes de ser encontrada. Também foram detectados vestígios de cordão umbilical e placenta, mas não havia sinais de violência física.
“Estimamos que a bebê tenha morrido entre três e quatro horas antes de ser descoberta. Não havia indícios de crime”, afirmou Alberto Crescenti, diretor do Sistema de Atendimento de Emergências Médicas (Same).
A Divisão de Homicídios da Polícia da Cidade identificou a mãe, T.A.D.A, uma mulher com histórico de problemas psiquiátricos e conhecida no bairro por ser usuária de crack. A polícia cumpriu uma ordem judicial e localizou a mulher em seu apartamento, onde encontraram outro bebê recém-nascido. A criança foi levada de emergência ao hospital Pirovano, enquanto a mãe foi internada e permanece sob custódia.
Em depoimento, a mulher confessou ter abandonado a filha no lixo e relatou que deu à luz gêmeas no banheiro de sua casa, sem assistência médica. Uma das crianças faleceu após o parto, o que a levou a descartar o corpo no lixo.
A Justiça argentina determinou a coleta de amostras de DNA para confirmar o vínculo de parentesco entre a mãe e a criança, além de investigar se a bebê estava viva ou morta quando foi descartada.